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Os ideais de paz e justiça das Olimpíadas
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Os ideais de paz e justiça das Olimpíadas

Pelos cálculos do Comitê Olímpico Internacional (COI) 1,5 bilhão de pessoas estarão ligadas em televisões, telefones e computadores para assistir à cerimônia de abertura da 33ª edição dos jogos, na tarde de hoje. Outras 600 mil verão o espetáculo presencialmente, às margens do rio Sena, em Paris, na primeira vez em que a abertura será feita fora de um estádio. A soma dos que assistirão presencialmente ou de modo virtual, equivale a 25% da população mundial, de oito bilhões de habitantes. Ou seja, uma em cada quatro pessoas que vivem no planeta estarão a postos para acompanhar a estreia dos Jogos Olímpicos.

Da competição participam mais de dez mil atletas de todo o mundo, 277 representando o Brasil. Cinco deles cearenses, nas modalidades tênis, atletismo, triatlo e handebol, esporte que estreou ontem, com vitória do Brasil.

Desde sua origem, na Grécia, até os Jogos Olímpicos atuais, iniciados no século XIX, a modalidade evolui constantemente, adaptando-se às transformações sociais. Entre as mudanças, que ampliaram o escopo das Olimpíadas, estão os Jogos de Inverno, de competições em neve e gelo; os Jogos Paralímpicos, para atletas com deficiência; e os Jogos Olímpicos da Juventude, no qual disputam esportistas de 15 a 18 anos de idade.

A mais recente novidade, aprovada esta semana pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), é a criação de um evento olímpico para os games (esportes eletrônicos). Os Jogos Olímpicos de Esports foram aprovados por unanimidade pelos integrantes do COI, segundo informação divulgada à imprensa. O presidente do comitê, Thomas Bach, afirmou que a "marca olímpica" é atrativa para os jovens, e que a inclusão dos jogos eletrônicos abre uma "nova era" para o COI. Mas é de se anotar que a inclusão também atende a interesses econômicos. Os jogos serão realizados a cada dois anos, em parceria com a Arábia Saudita, que investe grandes volumes de recursos nos esportes eletrônicos, procurando diversificar sua economia, baseada em petróleo.

Pierre de Coubertin, fundador do moderno movimento olímpico, teria provavelmente aprovado a inclusão dos eSports nos jogos, pois a maioria de seus praticantes são jovens. Ele via os esportes como essenciais para influenciar positivamente a juventude, promovendo uma cultura voltada à educação, à paz e à justiça social. Portanto seu objetivo era que as olimpíadas transcendessem à simples competição, à busca de medalhas ou à exibição de superioridade.

Em um contexto turbado no qual vivemos, o melhor seria que esses valores prevalecessem, de modo a irmanar a todos os povos, acima de diferenças ou divergências políticas. No entanto, é difícil manter as influências políticas fora dos jogos, como se pode observar pelo histórico das Olimpíadas. No entanto, essas injunções não impedem o brilho e a beleza de um evento, que a cada edição, faz o mundo lembrar dos nobres ideais do Barão de Coubertin. n

 

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