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Menos viagens de ônibus em Fortaleza: por quê?
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Editorial opinião

Menos viagens de ônibus em Fortaleza: por quê?

Das linhas de ônibus de Fortaleza, cerca de 26% apresentaram queda do número de viagens. A comparação se refere ao período entre julho de 2023 e o mesmo mês de 2024. No geral, 83 rotas tiveram redução e 45 registraram acréscimo de itinerários. Foram 12.385 viagens em julho de 2023 e 12.149 em julho de 2024. Desse modo, a Capital registrou queda total de 236 jornadas em relação ao último ano. Os dados foram apresentados em reportagem do O POVO nesta semana.

Entre as linhas mais prejudicadas, estão a 361 (Siqueira/Osório de Paiva/Parangaba), com 67 excursões a menos; e a 074 (Antônio Bezerra Unifor), com 56 a menos. Em maio deste ano, em outra reportagem O POVO mostrou que metade das linhas de ônibus de Fortaleza havia tido redução do número de viagens no período entre dezembro de 2023 e abril de 2024. No total, 154 rotas (ou seja, 50,65% do total) foram alteradas nos últimos quatro meses, com perdas de até 47% nos itinerários mais prejudicados.

Sabe-se que o sistema de transporte coletivo de Fortaleza é dinâmico. Assim, parte da mudança pode ser explicada por isso. No entanto, é preciso observar que o interesse do usuário seja sempre a razão principal considerada. A Prefeitura e as empresas responsáveis pelo sistema de ônibus da Cidade devem estar atentas às necessidades da população que faz uso do transporte público.

As mudanças na redução são sentidas pelo usuário, que vê outros problemas associados à queda no quantitativo - insegurança nas paradas de ônibus, falta de conforto nos coletivos, demora para chegar ao destino, maior tempo de espera nos pontos e mudança na rotina, por exemplo. Além disso, a diminuição na média no número de viagens de ônibus pode ser sentida de diversas formas em cidades grandes como Fortaleza. Afinal, os ônibus ainda são considerados um dos principais meios de transporte coletivo e são responsáveis por desafogar outras formas de locomoção, como os veículos de transporte por aplicativos. Quando isso não acontece, há o impacto em toda a cadeia do transporte.

E esse impacto não se restringe aos passageiros. Chega ao comércio, por exemplo, visto que, quanto maior o tempo para se chegar ao trabalho, mais influenciado será o setor com menos empregados e menos consumidores.

Diante disso, é necessário diagnosticar os motivos mais práticos para a redução nas viagens e o impacto negativo disso no dia a dia do usuário. O planejamento entre a disponibilidade do serviço e, sobretudo, a necessidade da população precisa estar alinhado. n

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