O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Desde a tarde da última sexta-feira, dia 9, que o Brasil lida com as consequências de mais uma tragédia aérea de grande impacto. Em respeito às 62 vítimas mortas naquele voo da Voepass que saíra de Cascavel (PR) em direção a São Paulo, cada uma com sua história, o recomendável é que a sociedade tenha a paciência possível, dentro do que as condições permitam, para que seja tudo esclarecido no tempo justo e de maneira definitiva.
Antecipar culpas ou apontar responsabilidades enquanto as investigações se desenvolvem, ainda numa fase apenas inicial, não ajuda a entender o que aconteceu. Todas as lições que o episódio oferecer devem ser captadas como meio de aprendermos com ele e, assim, nos fazermos preparados para evitar tragédias semelhantes para o futuro.
Claro que a angústia das pessoas próximas aos mortos - familiares, companheiro(a)s e amigo(a)s - precisa ser compreendida no contexto específico na qual se insere, tornando natural que, em especial eles e elas, cobrem respostas rápidas até como forma de encontrar o conforto necessário diante do sofrimento extremo que hoje enfrentam.
É de interesse de todos, imagina-se que até para a própria empresa responsável pelo voo trágico, que o evento fatal seja explicado no conjunto dos detalhes que o envolvem. Sugere-se, nesse momento inicial de tanta consternação pelas perdas humanas e os dramas que cada uma delas carrega, uma postura de equilíbrio da parte das autoridades responsáveis por buscar as explicações. O clamor por conclusões rápidas há de ser entendido como algo natural e precisa ser considerado, desde que não determine avanços indevidos ou atrasos inexplicáveis no ritmo da busca pela verdade
Lamente-se a repetição de um quadro de insensibilidade que tem as redes sociais como palco para fazer circular uma onda de boataria, de notícias maldosas e inverídicas, de postagens mentirosas etc que somente ajudam a agravar dramas e dores. Como se isso fosse possível num contexto em que a comoção é parte natural dos sentimentos mais diretamente envolvidos..
Ignorar fofocas e maldades buscando ouvir e dar atenção ao que dizem os especialistas parece uma maneira de encarar melhor o acontecido, evitando cair no sensacionalismo barato. Infelizmente, há um terreno fértil e, o que parece chocante, gente disposta a ocupá-lo se valendo de uma tragédia social para fazer valer instintos mórbidos e maus.
As vítimas e aquele que a elas for próximo - incluindo os cearenses Wlisses Oliveira, Regicláudio Freitas, Raphael Bohne e Thiago Almeida Paula - merecem respeito e lhes devemos, com responsabilidade e no tempo mais curto que as circunstâncias permitirem, uma resposta sobre o que aconteceu. Não reverterá as perdas humanas, mas é uma forma que se tem, para agora, de aplacar suas dores. n
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