
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Assume proporções gigantescas a crise relacionada ao fogo que levou medo a muitas cidades brasileiras nos últimos dias, inclusive do Ceará. Faz sentido, e até parece meio atrasada, a decisão do Governo Federal de montar uma estrutura multidisciplinar emergencial para lidar com a situação, tanto no aspecto da resposta imediata aos efeitos da fumaça que avança e assusta em várias regiões como à necessária investigação para entender as causas.
É um quadro preocupante o bastante para não permitir às autoridades, da instância que sejam, qualquer tipo de atitude política contaminada por diferenças de visão de mundo. Por exemplo, um dos focos mais preocupantes está em São Paulo, cujo governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), costuma ser apontado como um dos mais fiéis aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, aspecto que precisa ser mantido longe do debate acerca da ação conjunta com as autoridades federais que se faz necessária na perspectiva de lidar com o problema. Repita-se, da mais alta gravidade.
Vale dizer que até agora o entendimento há prevalecido, segundo palavras do próprio governador, que ressalta a participação direta importante das Forças Armadas no combate às chamas, visando contê-las. A informação mais recente é de que a situação está controlada e não haveria, nesse momento, mais nenhum foco detectado.
O estado viveu dias atípicos, com mais de 40 situações de incêndio identificadas de maneira simultânea, mas o cenário é preocupante em âmbito amplo, nacional. Mesmo no Ceará, apesar de o quadro parecer muito menos dramático, nesse sentido, houve registro de fumaça encobrindo o céu de Fortaleza, por exemplo, situação que especialistas atribuem à baixa umidade do ar, em parte, mas também às queimadas fora de controle na Amazônia.
Em São Paulo, as autoridades avançam na investigação do que tem acontecido, buscando separar o que é resultado de intempéries climáticas difíceis de controlar daquilo que parece fruto da ação de criminosos, cujo interesse precisa ser esclarecido. O prejuízo material apenas no estado é estimado em R$ 1 bilhão, o que indica o tamanho do problema.
No plano federal, após reunião de emergência no fim de semana, anunciou-se providências para o enfrentamento mais imediato da crise, Dentre eles, na mesma linha do governo paulista, a abertura de pelo menos dois inquéritos pela Polícia Federal para apurar se houve ações criminosas, identificar e prender quem participou e, em especial, entender quais interesses pode haver por trás delas.
Informa-se que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamará os governadores para uma reunião de emergência em Brasília para breve. É importante que o faça e que todos os envolvidos, da forma como se manifesta agora o governador paulista, demonstrem disposição para um entendimento que coloque toda a força o Estado, independente das diferenças ideológicas eventuais, em defesa do interesse coletivo. n
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