
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A crise da segurança pública no Ceará está expressa em números e estatísticas que atualizam um cenário que nos deve preocupar a todos, especialmente diante das tragédias e das perdas que ocasiona. É, portanto, um fenômeno social que às autoridades resta agir de maneira firme e exemplar para responder no nível que a sociedade espera na forma de um Estado que lhe garanta a proteção necessária.
Por isso, cada movimento que vá ao encontro de uma ideia de prevalência do estado de justiça deve ser ressaltado e comemorado. Acontece isso quando se vê chegar ao fim o julgamento de policiais militares acusados de uma prática criminosa inaceitável, aproveitando-se da condição que ostentavam como agentes públicos para apoiar e alimentar o crime organizado.
A condenação pela justiça de 14 policiais militares denunciados pelo Ministério Público por extorsão e tráfico de armas e drogas, no contexto da Operação Gênesis, realizada em 2019, é uma vitória das forças do bem. No melhor sentido que este termo pode comportar. A sentença somada prevê penas que variam entre 1 e 102 anos de prisão, demonstrando a disposição real de levar os responsáveis a pagarem pelo erro cometido..
Uma condenação do tipo, com a garantia de todos os direitos que a lei oferece aos acusados para se defenderem, tem efeito importante sobre o conjunto das pessoas. Sua relevância maior está no peso do exemplo, certamente inibindo que outros tentem o mesmo caminho tortuoso para se aproveitarem de condições privilegiadas oferecidas pela posição na qual se encontrem, como agentes do Estado.
Ainda no mesmo campo jurídico, mas numa linha preventiva, sempre adequada para o debate da segurança pública, também conforta o cidadão saber que no conjunto de ações recém anunciadas como resultado de discussões realizadas no âmbito do Comitê Estratégico de Segurança Integrada do Ceará (Coesi) está prevista, e decidida, a criação de uma vara especialista para o julgamento de crimes praticados por integrantes de facções criminosas.
O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargador Abelardo Benevides, adota as providências necessárias, com o cuidado que o caso requer, para instalar um núcleo julgador especializado com tal envergadura. Uma necessidade objetiva, tem explicado, dada a complexidade da maioria dos casos e da necessidade de colocá-los numa "fila" junto com processos de origens e causas variadas, se estabelecendo um fluxo que termina por impedir a celeridade em geral exigida por ações resultantes em mortes relacionadas à guerra que as organizações criminosas travam entre elas no nosso Estado.
Tranquiliza-nos, de alguma forma, perceber passos concretos sendo dados no sentido de restabelecer uma tranquilidade nas cidades que os cearenses fazem por merecer. Há muito ainda por ser feito, sabemos, mas cada avanço registrado precisa ter o destaque devido como forma de incentivar as autoridades para que sigam firme no caminho de fazer prevalecer a ordem pública sobre o crime, sempre. n
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