
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
É inevitável voltar ao tema das queimadas no Brasil diante dos dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que apontam agosto de 2024, encerrado no último sábado, como o pior resultado do mês desde 2010. Não é um dado qualquer e não será inteligente de nossa parte subestimar tal realidade, que surge no contexto de uma ação articulada que gerou um número expressivo de incêndios, boa parte deles gerados de maneira artificial, por quase todo o País.
Assusta que o Inpe aponte, no período de apenas um mês, exatos 68.635 mil focos de incêndio, pelo menos 80% deles localizados na Amazônia e no Cerrado. Algo que demonstra o tamanho real do problema, que no governo federal anterior se acreditava ser resultado direto de uma política de esvaziamento das instâncias públicas de fiscalização e combate na área ambiental. O quadro é muito mais complexo, como demonstra o fato de este cenário ter mudado, com a política do setor realinhada com as melhores práticas desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência da República sem que, no entanto, a realidade objetiva tenha melhorado. Os números mais recentes até indicam uma certa piora.
As autoridades atuais precisam ser cobradas por mais e melhores resultados, considerando que há hoje uma intenção diferente da observada na gestão imediatamente anterior. O que foi feito, mesmo que eventualmente se considere muito diante do descalabro de antes, tem sido insuficiente como ação pública de proteção do meio ambiente, com sérias consequências para áreas urbanas de vários municípios brasileiros através da fumaça que se espalha pelo País e os seus efeitos, imediatos e de médio prazo, sobre a saúde das pessoas. Para se ter uma ideia, na comparação direta com agosto de 2023, já com o governo Lula instalado, o aumento registrado mais do que dobra, considerando os 28.056 focos de então,
Um olhar mais concentrado nos números colhidos pelo Programa Queimadas, no período que vai de janeiro a agosto, mostra um quadro ainda mais grave. Por exemplo, a Amazônia acumulou, apenas ela,. 65.667 focos de fogo, aumento de 104% em relação a igual período de 2023, quando registraram-se 32.145 casos, boa parte resultado de ação de criminosos. A comparação mês a mês aponta um quadro ainda pior, com crescimento de 120% e 38.266 focos detectados agora em 2024.
É um dos cinco piores resultados da história e o fato de o governo atual ter com o tema ambiental uma atenção maior e melhor do que a do antecessor, um fato, não o exime de responsabilidades em relação ao que aconteceu. E, infelizmente, segue acontecendo. A sociedade precisa de respostas que indiquem um interesse real, não apenas de discurso, em reverter um cenário que tanto prejudica nosso presente como compromete o futuro. n
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