
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Neste período eleitoral, que exige um cuidado mais atento e redobrado dos crimes que podem causar transtornos à sociedade, é preciso cobrar o enfrentamento ao crime organizado. A Justiça Eleitoral e a Polícia devem se mostrar mais cuidadosas a fim de impedir que esses episódios tumultuem a campanha normal, evento democrático que precisa funcionar bem, gerando discussões relevantes e promovendo debates em torno do diálogo.
Nesse contexto, é válido lembrar um evento ocorrido no Ceará, na cidade de Caucaia, em que a candidata Emília Pessoa (PSDB) relatou ter sofrido um atentado. Emília, que é deputada estadual e candidata à Prefeitura de Caucaia, narra que, no dia 17 de agosto, um sábado, foram ouvidos mais de dez disparos de armas de fogo em frente de sua casa, por volta das 11h30. Nesse momento, ela estava reunida com a família, lideranças políticas e candidatos a vereadores da sua coligação partidária. Segundo ela, a polícia esteve presente. Ainda de acordo com a candidata, testemunhas relataram que dois homens armados com pistola em uma moto circularam pela rua onde mora a deputada.
Ao tempo em que deve se preocupar com os crimes como esse que têm o poder de desestabilizar os candidatos e o próprio processo eleitoral, faz-se necessário e urgente chamar atenção para eventos oportunistas, em que as pessoas, aproveitando-se da situação de tensão criada nessa conjuntura, inventem momentos para perturbar a campanha. Não se deve permitir passivamente oportunismos eleitorais como a situação do candidato a vereador no Iguatu, a 388 quilômetros de Fortaleza, que criou uma situação para se vitimizar.
O candidato Eliomar Cardoso da Silva (PT), que disputava o cargo de vereador, forjou o próprio sequestro, segundo a Polícia Federal (PF). Ele foi achado amarrado com arame farpado e disse que havia sido sequestrado por uma organização criminosa. No entanto, a Polícia Federal descobriu que o crime não era real. Logo depois, o candidato também confessou a simulação. Eliomar Cardoso teve a filiação suspensa pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na segunda-feira, 2.
O candidato será indiciado por falsa comunicação de crime, conforme o artigo 340, previsto no Código Penal Brasileiro. Em vídeo ao qual O POVO teve acesso, o homem aparece dentro de um veículo amarrado com fios de arame farpado nas mãos, pescoço e pés. Nas imagens, ele afirma que teve seus panfletos e adesivos de divulgação rasgados. O vídeo mostra também a Polícia Militar no local acompanhando a situação.
Destaca-se que o partido agiu certo ao anunciar imediatamente a suspensão da filiação do candidato e que a polícia precisa agir com rigor para fazê-lo responder pelo que fez. Além disso, a Justiça (inclusive a Eleitoral) não pode deixar que a história passe sem punição. É necessário uma resposta rápida para servir de exemplo caso outros tentem o mesmo caminho da falsa esperteza a fim de se aproveitar, inoportunamente, de uma situação que é séria demais para comportar tal conduta abominável sob todos os pontos de vista. n
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