
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Assunto constantemente acompanhado pelo O POVO, a crise financeira na Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza precisa de uma solução que envolva poderes públicos e sociedade, em suas mais diversas instâncias. Patrimônio de todo um povo, a Santa Casa vive e sobrevive às custas de repasses irregulares, que colocam em xeque o atendimento da instituição.
O hospital filantrópico, localizado no Centro da capital cearense, já passou, neste ano de 2024, por greve de profissionais motivada por atraso nos salários, falta de incentivos financeiros e um débito de R$ 30 milhões com fornecedores. Definitivamente não é sustentável manter uma unidade de saúde desse porte funcionando com essas condições.
A Santa Casa tem 266 leitos. Mas, segundo dados desta semana, atualmente o funcionamento é de cerca de 25% da capacidade; e a realização de cirurgias, em torno de 20%. O hospital pode realizar até 50 procedimentos por dia. No entanto, segundo a entidade, a média é de nove cirurgias realizadas por mês neste ano. Em 2023, a média foi de 480 procedimentos mensais.
Uma notícia divulgada nesta semana, e publicada no O POVO, informa sobre um repasse emergencial de recursos para financiamento dos serviços da entidade. A autorização partiu do Ministério da Saúde. A medida é resultado de um acordo firmado entre o hospital, o Governo do Estado do Ceará e o órgão federal. As informações foram dadas pelo governador do Estado, Elmano de Freitas, e pela titular da Secretaria da Saúde (Sesa), Tânia Mara Coelho.
Essa proposta orçamentária para o recurso deverá ser enviada pela Secretaria ao Ministério da Saúde para que o repasse seja destinado à Santa Casa. O Governo do Ceará ficará responsável por encaminhar o valor ao hospital para melhorias na gestão. A previsão é de que a proposta seja enviada ao ministério até o início de outubro.
É um alento saber que o repasse deverá ser feito e representará certo alívio diante das demandas sempre urgentes e necessárias do hospital filantrópico. Faz-se necessário que as forças locais se unam para manter o funcionamento pleno da instituição que tanto faz pela sociedade cearense.
Mais do que essa força emergencial, porém, é extremamente oportuno que essa regularidade nos repasses financeiros à instituição seja retomada. A entidade tem uma dívida de R$ 100 milhões e opera abaixo da capacidade por falta de recursos financeiros. Sem uma frequência no recebimento das verbas, é praticamente impossível que a entidade filantrópica mantenha seus funcionários trabalhando, realize a compra dos suprimentos necessários e mantenha toda uma cadeia responsável por fazer o hospital atuar.
Esse alerta, que há tempos é dado pelo provedor da Santa Casa, Vladimir Spinelli, chama a atenção para o problema do financiamento da saúde. Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado do Ceará devem verificar os processos de contratualização a fim de definir quem é responsável por quais leitos. Enquanto isso, o maior interessado nesse imbróglio é o paciente que precisa de atendimento e internação.
O POVO continuará nesse acompanhamento e na cobrança das responsabilidades, em respeito à história da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza e a todos os profissionais e pacientes que dela dependem. n
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