
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A causa indígena é uma das bandeiras que o Grupo de Comunicação O POVO abraça com mais entusiasmo, inclusive como reconhecimento à sua importância no processo de formação do povo brasileiro, na origem de tudo. Também dá peso à condição de prioridade institucional que hoje lhe conferimos a constatação, que é hoje de toda a sociedade, de que se trata de uma comunidade que precisa de atenção maior do Estado diante das carências que apresenta e do compromisso que a situação exige de nós como respeito à memória que carrega e, ao mesmo tempo, como defesa de um futuro melhor e com mais perspectivas.
Por tudo isso, manifestamos o mais absoluto apoio à iniciativa do governo do Estado, oficializada na semana passada, de anunciar a criação de um Painel Dinâmico de Monitoramento de Crimes Contra os Povos Indígenas do Ceará. Uma medida necessária diante do avanço dos números de casos de violência, um fenômeno nacional e inaceitável, exposto em estatísticas recentes anunciadas, como o crescimento de 33% nos assassinatos de pessoas indígenas no ano de 2023. Alguém relativizará o percentual destacando que ele representa um avanço de 3 para 4 casos de um período para o outro, mas o problema vai muito além de um simples número.
Há um cenário geral de descaso que precisa ser enfrentado e, sim, o monitoramento representa um passo inicial que poderá levar a outros movimentos importantes. Como destaca a secretária dos Povos Indígenas do Ceará (Sepince), Juliana Alves, as informações extraídas do acompanhamento serão úteis, no tempo certo, para adoção de providências de caráter preventivo, evitando que, como costuma acontecer agora, as ações de resposta do poder público venham apenas depois da situação configurada. Em geral, infelizmente, na forma de uma tragédia.
Outro aspecto muito importante diz respeito ao sentido transversal da medida, mostrando uma articulação entre setores do governo para a busca de um caminho que melhore a proteção aos nossos indígenas. Garantir isso não é tarefa apenas da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mesmo que a ela pertença o essencial da política a ser tocada. Como destacava o titular da pasta, Roberto Sá, quando do evento de apresentação do serviço no monitoramento, o mais importante é permitir que a coleta de informações leve à adoção de políticas, nas várias áreas, que permitam medidas de antecipação.
Estamos diante de um problema de segurança, em primeiro lugar, mas o caminho da superação envolve uma série de outros fatores e, em muitas situações, será enfrentado de maneira mais eficiente com providências de caráter econômico e social, por exemplo. É o caminho que a criação de um sistema de monitoramento permitirá que adotemos com maior qualidade, desde que o Governo esteja realmente disposto a fazê-lo funcionar de verdade. Iremos acompanhar isso e fazer as cobranças necessárias sempre que a situação assim o determinar. n
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