
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Um cenário dos mais graves aparece exposto na edição do O POVO de ontem, 18 de setembro, em reportagem assinada por Vitor Magalhães, tratando da tentativa de interferência do crime organizado no processo eleitoral de 2024 no Ceará. Um quadro que exige uma ação das forças de Estado mais firme do que a que tem sido observada, considerando que as respostas pontuais até agora não se demonstram capazes de neutralizar o problema na sua amplitude. O momento é desafiador, reconheçamos isso como gesto inicial importante.
É inaceitável que facções criminosas decidam quem pode e quem não pode fazer campanha em áreas de cidades cearenses que acreditam, ou anunciam, sob seu controle. Cada informação que chegue às instâncias de Estado indicando algo nesse sentido deve ser apurada com rigor e as forças policiais precisam reafirmar sua autoridade, a única que cabe à população reconhecer, como legitimadora do direito de ir e vir das pessoas. No bairro que for, na cidade que seja.
Cada denúncia que surgir precisa ser apurada com rigor, inclusive para identificar as "espertezas" sempre possíveis em tal situação. O exemplo já identificado no Iguatu com o candidato à Câmara de Vereadores pelo PT, Eliomar Cardoso, que simulou o próprio sequestro, acusando um grupo criminoso de responsável pela ação, demonstra que a atenção precisa ser completa. A|gora, está ele respondendo por seu ato irresponsável, fruto de uma tentativa de tirar proveito de uma situação que é real e precisa de um enfrentamento firme.
Parece incrível imaginar isso, mas também há quem vislumbre no cenário trágico uma oportunidade política, demonstrando pouco caso com a parte realmente grave da situação, relacionada à perspectiva de perdermos o controle de áreas das nossas cidades que precisam ser colocadas à disposição das comunidades. O exemplo isolado do político iguatuense, desmascarado na sua má fé, não pode esmorecer a disposição geral da polícia de ir atrás de cada situação que lhe seja apresentada e demonstrar, onde for necessário, que o único controle possível sobre os espaços públicos é aquele que o estado exerce, de maneira legítima.
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Sá, tem sido assertivo nas suas declarações acerca da situação e faz menção à necessidade, no que está certo, de uma articulação entre todas as forças públicas, nas várias instâncias, para conter os criminosos e aplicar contra eles os instrumentos disponíveis no esforço de garantir que a ordem pública prevaleça. A verdade é que, nesse sentido, o processo eleitoral de 2024 está sendo um teste a mais na batalha de todo dia contra os avanços de facções que vivem em disputa por territórios nas cidades brasileiras, hoje infelizmente, não mais um problema concentrado apenas nas nossas maiores metrópoles. n
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