
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Reportagem na edição de ontem, analisando aspectos resultantes do primeiro turno eleitoral no Ceará, mostra aumento de 26,67% de mulheres eleitas ao executivo municipal, em comparação com o pleito anterior. É um avanço ainda pequeno, considerando-se que 52,3% da população cearense é do sexo feminino, sendo também a maioria dos votantes.
O mandato, que se encerra no dia 31 de dezembro, tem 30 mulheres no comando das prefeituras, número que sobe para 38, no dia 1º de janeiro de 2025. Portanto, dos 184 municípios cearenses, 80% terão prefeitos do sexo masculino, levando-se em conta que Caucaia e Fortaleza — onde haverá segundo turno —, disputam apenas candidatos homens. Entre as prefeitas eleitas no Ceará, 25 declaram-se brancas e 13 identificaram-se como pardas.
Em todo o Brasil, também aumentou o número de mulheres eleitas às Prefeituras, com o número passando de 651 (eleição anterior) para 724, referente apenas ao primeiro turno das eleições. Um avanço pequeno, pois o Brasil tem mais de cinco mil municípios.
O resultado mostra haver mais participação das mulheres na política, aumentando a diversidade, significando importantes passos em direção à igualdade de gênero. A mesma evolução também é vista em outros setores minorizados, como negros e representantes de comunidades com diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, enriquecendo o debate público.
As eleições municipais, em todo o País, registraram recorde de candidaturas LGBTQIA com 222 eleitos para Câmaras de Vereadores e três para o Executivo municipal, segundo levantamento da ONG VoteLGBT. Na eleição de 2020, esse grupo somou 97 candidatos eleitos.
A proporção de prefeitos negros eleitos este ano ficou quase no mesmo índice relativo à eleição passada, somando 1.841 chefes do Executivo, sendo 127 pretos e 1.714 pardos, com aumento de dois pontos percentuais.
É relevante lembrar a contribuição que a legislação oferece para garantir o aumento da participação de mulheres e negros nas eleições, como o estabelecimento de cotas e a garantia de destinação de recursos do fundo eleitoral para candidaturas femininas e de pessoas negras.
Mesmo assim, tremendos obstáculos se antepõem às candidaturas femininas, e às que fogem do padrão "homem branco, casado e com ensino superior", o perfil mais comum dos eleitos. Portanto, esses avanços, aparentemente insignificantes, rompem com essa lógica, indicando que está aberto o caminho para que, em futuro, que se espera próximo, os mandatários representem, de fato, a pluralidade característica da sociedade brasileira, quanto a gênero, raça e orientação sexual.
Finalmente, é preciso registrar que todos os candidatos e candidatas eleitos têm a obrigação de assumir um firme compromisso com a democracia, e com a tarefa de promover o bem-estar de seus representados. n
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