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Tropas federais vão atuar em Fortaleza e Caucaia
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Tropas federais vão atuar em Fortaleza e Caucaia

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Das mais de cinco mil cidades brasileiras, 51 participarão do segundo turno das eleições para definir o chefe do Executivo municipal. Entre elas, 15 são capitais de estado. De todas as cidades, nas quais haverá segundo turno, as tropas federais foram aprovadas para apenas três municípios, duas delas capitais: Fortaleza, Manaus (AM) e Caucaia. As tropas federais são mobilizadas para atuar em determinada cidade, quando o pedido é feito pelo município, informando à Justiça Eleitoral que o efetivo local é insuficiente para garantir a segurança do pleito.

Duas dessas cidades, que estão no segundo turno, têm candidatos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em Manaus, o Capitão Alberto Neto (PL) disputa com David Almeida (Avante); em Fortaleza, o confronto é entre o candidato do presidente Lula, Evandro Leitão (PT), com André Fernandes (PL), apoiado por Bolsonaro. Na cidade de Caucaia o embate é entre Waldemir Catanho (PT) e Naumi Amorim (PSD).

Na capital amazonense está havendo grande interferência das facções criminosas nesse período, como se pode observar em várias situações. David Almeida (Avante), candidato à reeleição, denunciou ter sido ameaçado por um traficante quando fazia gravações em um conjunto habitacional na periferia da cidade. Em vários outros locais disputantes de vagas no Legislativo denunciaram ter sido impedidos de fazer campanha em algumas comunidades porque o "dono" do lugar tinha outro candidato.

Em Caucaia, um carro da equipe de Waldemir Catanho (PT), foi alvo de disparos de arma de fogo, quando sua equipe fazia campanha na região da Lagoa do Tabapuá. A casa da candidata Emília Pessoa (PSDB) — que não passou ao segundo turno — também foi alvo de tiros, quando estava reunida com a família e correligionários. Ninguém ficou ferido, nos dois casos.

Em Fortaleza, apesar do acirramento entre os dois candidatos que estão no segundo turno, não houve ocorrências graves de violência que, aparentemente, justificasse o pedido de tropas federais. No entanto, em questões de segurança pública, é melhor prevenir do que remediar.

É preciso ainda lembrar que a violência política tem aumentado no Brasil, principalmente pela atuação das facções criminosas, que agem em todo o País, pondo em risco a própria democracia.

Segundo levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio), foram registrados 338 casos de violência contra políticos ou familiares entre julho e setembro deste ano. O número vem crescendo: em 2020 foram 235 casos; em 2022 somaram 263.

A situação exige providências urgentes das autoridades para afastar essa ameaça. A violência é a antítese da política, que surgiu para organizar a vida em sociedade, e para regular os conflitos, de modo que os problemas sejam resolvidos de forma negociada — e não pela força bruta.

 

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