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A transição que esperamos em Fortaleza
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Editorial opinião

A transição que esperamos em Fortaleza

As disputas políticas ficaram para trás e é hora de começar a pensar na transição de poder em Fortaleza, a capital do Estado, nossa principal cidade, a mais populosa e uma das metrópoles de maior importância no País. Não é pouca coisa em jogo, o que impõe responsabilidade máxima aos agentes públicos envolvidos, da parte de quem sai e entre os que chegam, para termos garantida a marca da institucionalidade, mantendo-se à distância eventuais diferenças políticas, partidárias ou até pessoais que ficaram evidenciadas na campanha recém-finda.

A experiência e o senso de interesse público que envolvem as figuras mais diretamente envolvidas - José Sarto (PDT), que encerra um mandato de quatro anos no final do ano, e Evandro Leitão (PT), eleito domingo para sucedê-lo a partir de 1º de janeiro de 2025 - dão-nos a certeza de que a liderança do processo, por um lado e outro, está bem entregue. São dois políticos experientes, equilibrados em seus comportamentos públicos, conhecedores dos limites e das responsabilidades que impõe um cargo de alto escalão, portanto, saberão instruir os assessores para um diálogo no mais alto nível.

Aliás, um primeiro gesto importante do atual prefeito foi, através das redes sociais, dirigir-se ontem ao futuro sucessor parabenizando-o pela vitória e já se colocando à disposição para uma transição "tranquila". Um forte sinal de que as condições estão postas para termos um ambiente sereno de encontro entre as equipes e de passagem das informações necessárias à gestão entrante como meio de facilitar, com especialidade, suas ações iniciais. Inexiste razão para se imaginar, hoje, qualquer tipo de dificuldade.

Seria o melhor desenlace de um processo eleitoral até marcado por situações episódicas preocupantes, algumas delas que ainda precisarão de apuração e punição, mas que chegou ao seu final com o limite da institucionalidade respeitado. É de se destacar, nesse momento, a própria manifestação do derrotado André Fernandes (PL) ainda na noite de domingo, depois de confirmado o resultado em favor do adversário, aceitando de pronto o que indicavam os dados oficiais disponibilizados pela justiça eleitoral, orientando apoiadores a fazerem o mesmo e anunciando sua decisão de se manter vigilante em relação à gestão que começará em 2025. Parece pouco e óbvio, mas o histórico do personagem em questão permite entendermos tal gesto como uma evolução importante em seu comportamento político.

O tempo da disputa política passou e é obrigação dos agentes públicos, a partir de agora, cuidarem para que a decisão legítima manifestada através das urnas seja respeitada. O primeiro passo, inevitável, é garantir uma passagem de poder tranquila e civilizada, havendo sinais nas últimas horas de que caminhamos para ter isso garantido em Fortaleza. A democracia agradece, se assim o for. n

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