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A confusa eleição nos Estados Unidos
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Editorial opinião

A confusa eleição nos Estados Unidos

Os Estados Unidos concentram no dia de hoje as atenções do mundo. A escolha do próximo presidente a partir de uma disputa entre Donald Trump, representante do partido Republicano, e Kamala Harris, nome apresentado pelo partido Democrata, definirá os próximos quatro anos de um país que segue sendo aquele com maior capacidade de influência no contexto global da atualidade.

Dá-se neste 5 de novembro uma etapa importante do processo eleitoral norte-americano, mas é provável que ainda não seja a definitiva, considerado o confuso modelo ali observado. As pesquisas disponíveis, vistas isoladamente ou através de agregadores, não permitem que se faça uma projeção segura de quem deve sair vencedor. A indefinição é absoluta. A campanha pela sucessão da Casa Branca em 2024 esteve marcada, todo o tempo, pela instabilidade. Nos níveis diversos.

Pelo lado Democrata houve a troca de candidatura já depois de Joe Biden oficialmente definido para tentar reeleição, fruto dos sinais de debilidade que apresentava para uma jornada que se sabia desafiadora desde o começo. Harris, atual vice-presidente, assumiu a missão, teve um começo empolgante na perspectiva do núcleo político do qual faz parte, mas, vê-se hoje, o máximo que conseguiu foi equilibrar a disputa.

Em relação a Donald Trump o quadro foi ainda mais complicado. Pela postura do próprio, com suas propostas polêmicas e radicais, mas, também devido a alguns episódios de violência nos quais acabou envolvido, sendo o mais grave aquele do dia 13 de julho na Pensilvânia, que lhe custou um ferimento na orelha em aparente tentativa de assassinato. O atirador, um jovem de 20 anos, foi morto por forças de elite, não se sabendo exatamente, até hoje, quais suas motivações reais para aquele gesto extremo.

É um cenário que preocupa a comunidade global, no seu todo, e que vem sendo acompanhado pela diplomacia e as forças políticas do Brasil com a atenção que faz por merecer. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, expressando simpatias pessoais e ideológicas, disse em recente entrevista que torce pela vitória de Kamala Harris. No entanto, o governo deve estar preparado para lidar com o vencedor independente de que venha a ser, o que sugere indevida a manifestação dele em favor de uma opção e em detrimento da outra, representada por Trump.

O fundamental, de verdade, é que o resultado final, observadas as regras em vigência, seja respeitado pelos envolvidos. Neste ponto, uma mensagem mais endereçada a Donald Trump do que a Kamala Harris, considerando que nos últimos dias o candidato republicano insistiu na tese de contestação à derrota de quatro anos atrás, que até hoje não aceitou oficialmente, ao mesmo tempo em que sinaliza para uma postura semelhante de resistência caso os números finais não o coloquem de volta à Casa Branca. Infelizmente, a depender do que vier a acontecer parecem reais as chances de termos mais uma crise institucional no País que se define como a maior democracia do mundo ocidental. Der alguma forma abalando a instabilidade global. n

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