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Brasil reduz emissão de gases de efeito estufa
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Brasil reduz emissão de gases de efeito estufa

O Observatório do Clima divulgou dados colhidos pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg) mostrando que houve redução de 12% na emissão desses poluentes climáticos no Brasil. Em 2023, foram emitidas 2,3 bilhões de toneladas brutas, em comparação com 2,6 bilhões de toneladas do ano anterior. É a maior queda da emissão desses gases no País, em 15 anos, desde 2009, quando foi registrada a menor emissão da série histórica, iniciada em 1990.

Essa é uma boa notícia, considerando que no governo anterior prevalecia o negacionismo climático, provocando o desmonte dos órgãos de fiscalização ambiental. Mas, apesar dos dados positivos, o Observatório alerta que o controle do desmatamento na Amazônia foi o único responsável pela redução. E que a melhora dos índices foi possível com a retomada, em 2023, do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal.

Nos outros biomas as emissões por conversão de vegetação nativa aumentaram: 23% no Cerrado, 11% na Caatinga, 4% na Mata Atlântica e 86% no Pantanal. No Pampa, as emissões por conversão também caíram, 15%, mas o bioma responde por apenas 1% do setor. O Brasil ainda é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo.

O coordenador do Seeg, Davo Tsai, diz que o resultado põe o País na direção certa para cumprir o plano climático nacional, para 2025. "Ao mesmo tempo, mostra que ainda estamos excessivamente dependentes do que acontece na Amazônia, já que as políticas para os outros setores são tímidas ou inexistentes". Para ele, "o Brasil precisa de um plano de descarbonização consistente e que faça, de fato, uma transformação na economia".

O levantamento do Seeg foi divulgado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que começa na próxima segunda-feira, em Baku (capital do Azerbaijão). É o momento em que cada país apresenta seu compromisso para contribuir com a descarbonização do planeta, pois o controle da emissão de gases que provocam o aquecimento global não se resume às fronteiras de cada país.

O esforço tem de ser global, mas a situação ficou mais difícil com a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, o segundo maior emissor do mundo, depois da China. Em seu primeiro mandato, Trump saiu do Acordo de Paris, sobre mudanças climáticas. Durante a sua campanha atual, afirmou que iria incentivar o uso de fontes de energia emissoras de dióxido de carbono para estimular a economia americana.

Os desastres ambientais que vêm acontecendo em todo o mundo, devido ao acontecimento global, são inegáveis, o que deveria levar os países a um acordo para apressar as medidas necessárias para evitar uma catástrofe ainda maior, mas, infelizmente, não há garantias de que isso acontecerá na COP29. n

 

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