O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Parece ter sido uma ação individual as explosões em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e em um carro estacionado nas proximidades da Câmara dos Deputados. Entretanto, é preciso considerar a possibilidade da existência de um grupo de apoio agindo na retaguarda do agressor. Após o 8 de janeiro, esse é mais um ataque que atinge a Praça dos Três Poderes, desta vez deixando um morto, o próprio autor do crime, Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL na cidade de Rio do Sul (SC).
Entretanto, esse "ato isolado", de uma pessoa supostamente desequilibrada, insere-se em episódios que precisam ser considerados. O contexto inclui anos de pregação destrutiva que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados fizeram contra as instituições brasileiras, incluindo-se o ódio instilado contra o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, que redundaram em acometidas violentas, verbais e físicas contra o Executivo, Legislativo e Judiciário.
É de se lembrar a simulação de um ataque ao Supremo, executado pelo grupo "300 do Brasil", atirando fogos de artifício sobre sua sede, como se fossem bombas, em junho de 2020. Em seguida, discurso de Bolsonaro, no 7 de Setembro de 2021, quando exercia a Presidência da República, afirmando que não mais cumpriria ordens do Supremo, seguindo-se uma campanha para desacreditar as urnas eletrônicas.
Agora, o ex-presidente chama de "maluco" o autor do atentado, afirmando não ter "a menor ideia" sobre quem era ele. Mas é preciso perguntar: quem sugestiona esse tipo de gente, que assume a tarefa de executar as ações preconizadas em discursos extremistas? Esses atores têm de ser responsabilizados, pelo menos do ponto de vista político e moral e, a depender do caso, também pelo ângulo legal.
Além disso, investigadores da Polícia Federal (PF) já chegaram à conclusão que o ataque foi premeditado e que o autor é um "extremista de direita", que frequentava acampamentos golpistas montados em frente a quartéis. Portanto, ele não é tão desequilibrado como alguns querem fazer crer, mas participante de um movimento que continua defendendo um golpe contra a democracia. O processo do caso ficará sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, devido a outras investigações que ele conduz, como o inquérito sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro e o que apura ataques a ministros do Supremo.
As consequências da explosão também atingiram em cheio a pretensão dos bolsonaristas de aprovar, no Congresso Nacional, uma anistia para que o ex-presidente possa concorrer às eleições presidenciais de 2026. Os próprios aliados de Bolsonaro consideram que será mais difícil argumentar que os participantes do 8 de janeiro eram pessoas "inocentes", que foram levadas à depredação por um impulso, que nada tinha a ver com uma tentativa de golpe. Porém, os fatos vêm demonstrando o contrário, assim, eles devem ser punidos exemplarmente. n
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