O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra entrou no calendário oficial em 2011, mas somente em 2023 o Congresso Nacional transformou a data em feriado nacional. Até hoje, cerca de mil cidades e seis estados já comemoraram a data com feriado. Portanto, este 20 de novembro é a primeira vez que o Dia de Zumbi será celebrado em todo o País.
Segundo declarou o senador Paulo Paim (PT-RS) à Agência Senado, o Dia da Consciência Negra "antes de tudo, é uma ação educativa simbólica, que nos move para refletir e agir no combate ao racismo e contra todos os tipos de preconceitos". A data homenageia Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, morto em combate contra as forças colonialistas, em 20 de novembro de 1695, quando o quilombo — localizado na Serra da Barriga, em Alagoas — foi destruído.
O Brasil foi o último país das Américas a acabar com a escravização, depois de três séculos utilizando-se desse sistema degradante. Porém, passados 136 anos desde a lei que pôs fim oficialmente a esse terrível processo de exploração contra seres humanos, o mal ainda persiste, com milhares de trabalhadores submetidos a condições degradantes de trabalho.
No ano passado foram resgatados 3.151 pessoas submetidos a condições análogas à escravidão. É o maior número, desde 2009, quando foram resgatados 3.765 trabalhadores. Os dados mostram que a situação está, de fato, piorando, pois não houve aumento no número de auditores fiscais que fazem esse trabalho.
Desde 1995, quando o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) criou o Grupo Especial de Fiscalização Móvel, foram resgatados 63,4 mil trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravizado. Cerca de 80% dos resgatados são negros.
Em abril deste ano, o MTE atualizou o cadastro de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. No documento, conhecido como "lista suja", foram adicionados 248 empregadores, o maior número de inclusões já registrados no relatório. A situação revela a dificuldade em fazer regredir esse tipo de violência, que agride a dignidade humana.
As marcas desse período histórico persistem até hoje, sendo observável pelo racismo estrutural que perpassa as instituições e a sociedade. Os negros estão sempre em piores condições, em qualquer aspecto da vida social e econômica, apesar dos avanços, como a introdução de cotas e outros mecanismos utilizados na tentativa de corrigir algumas das injustiças históricas que se abatem sobre esse segmento, que compõe 55% da população brasileira.
Essas injustiça se refletem no mercado de trabalho, em que os negros são a maioria dos desempregados, como também estão em maior número entre os moradores de favelas, entre os pobres e os de menor escolaridade. Porém, são minoria quando se trata de cargos de direção de empresas, em funções públicas ou entre detentores de cargos de poder.
Quando o Brasil conseguirá virar essa página infame de nossa história? n
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