O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Os olhos do mundo estiveram voltados para o Brasil na última semana, quando foi realizada, no Rio de Janeiro, a Cúpula do G20. O encontro reúne chefes de Estado e de governo de 19 países além da União Europeia e da União Africana. Juntos, esses líderes estão a frente de 85% do PIB global, 79% da população do planeta e 75% de todo o comércio que é feito no mundo. Não é exagero, portanto, afirmar que as principais discussões a nível internacional estavam acontecendo no Rio de Janeiro.
Reunir tantas lideranças globais, com uma grande diversidade de interesses políticos e econômicos e com visões de mundo tão distintas, requer de um anfitrião uma alta capacidade de interlocução e diálogo para que o encontro resulte em avanços diante de tantas questões globais. Nesse aspecto, é de se destacar positivamente a atuação da diplomacia brasileira na cúpula do G20.
A declaração final do encontro no Rio, negociada ao longo de 12 meses e assinada consensualmente por todos membros do grupo, contemplou os temas elencados pelo Brasil como prioritários ao assumir a presidência rotativa do G20 ano passado: a transição energética, o combate à fome e a criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
Quanto a este último ponto, o Brasil mostrou uma grande capacidade de articulação ao conseguir a adesão de 82 países para a iniciativa que trata de um problema ligado a muitas das principais questões globais da atualidade. A insegurança alimentar e as desigualdades econômicas são indissociáveis de temas como guerras, imigração e efeitos das mudanças climáticas. Capitanear esforços por um diálogo entre países ricos e em desenvolvimento contra a fome e a pobreza é a grande vitória da diplomacia brasileira no G20.
O comunicado traz também outros avanços em bandeiras do Brasil na presidência do G20 como a taxação dos super-ricos respeitando a soberania tributária de cada país; o compromisso de ações concretas contra o aquecimento global com implementação do Acordo de Paris; a promoção da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres (mesmo com as restrições colocadas pela Argentina durante as negociações).
Os diplomatas brasileiros também foram habilidosos na construção de um texto que citou a necessidade de realizar esforços para colocar um fim nas guerras no Oriente Médio e entre Ucrânia e Rússia, obtendo a concordância de potências com visões tão divergentes sobre esses conflitos.
O Itamaraty tem uma tradição de promoção do diálogo respeitada internacionalmente. Num mundo que nos últimos anos tem se mostrado cada vez mais fechado para o multilateralismo, é imprescindível a atuação de um corpo diplomático robusto e proposto à abertura como o brasileiro. O papel do Brasil como anfitrião do G20 mostrou que é possível traçar um caminho por uma maior concertação entre os países. n
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