O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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A guerra de Israel contra o Hamas, que atinge principalmente a população civil na Faixa de Gaza, já matou mais de 44 mil palestinos, 70% mulheres e crianças. No território libanês, para onde foi estendido o confronto militar, somam-se mais de 3,8 mil mortos e 1,3 milhão de pessoas deslocadas, consequência da destruição provocada pelos bombardeios israelenses.
Foi nesse cenário que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou um cessar-fogo de 60 dias para a conflagração armada entre Israel e o Hezbollah, que se desenvolve no Líbano. Biden aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, pois queria firmar o acordo antes de deixar o governo, em janeiro do próximo ano.
A suspensão dos combates começou a valer a partir das 23 horas (horário de Brasília) desta terça-feira, mas no período entre a divulgação do acerto e o início da trégua, Israel aproveitou para intensificar os bombardeios no Líbano. Pelo que ficou acertado, Israel se compromete, em 60 dias, a retirar suas forças do sul do Líbano, locais que serão ocupados pelo Exército libanês. Os combatentes do Hezbollah, por sua vez, ficam obrigados a respeitar a fronteira traçada pela Organização das Nações Unidas (ONU) após a guerra de 2006.
O cessar-fogo foi negociado após um ano e dois meses de guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas realizaram um ataque terrorista em território israelense, deixando 1.200 mortos e fazendo mais de 250 reféns. No entanto, o acordo não contempla a Faixa de Gaza, que continua sob ataque das Forças de Defesa de Israel.
O Hamas, por meio de um de seus integrantes, Sami Abu Zuhri, considerou a negociação positiva: "Nós esperamos que esse acordo pavimente o caminho para o fim da guerra de genocídio contra nosso povo em Gaza", declarou à agência Reuters.
Mas, se por um lado, o acordo desperta uma réstia de esperança, há também pessimismo pela demora a se chegar a um cessar-fogo, ainda sem contemplar a Faixa de Gaza. Entrevistado pelo jornal Folha de S. Paulo, quando esteve no Brasil para participar do G20, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, disse que um acordo precisava ser realizado antes da posse do presidente americano eleito, Donald Trump. Porém, mesmo que isso ocorresse, poderia ser "tarde demais" para pacificar a região.
A suspensão provisória do conflito é um pequeno passo em busca de uma saída para a guerra desenvolvida no Oriente Médio, com o potencial de arrastar outros países para o conflito. Por isso, é preciso acelerar as negociações para que o cessar-fogo se estenda à Faixa de Gaza, de modo a interromper o massacre desumano a que estão submetidos os palestinos. n
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