O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Já faz algum tempo que os brasileiros vêm percebendo, por comparação empírica na gôndola dos supermercados, o aumento do preço dos alimentos. Neste mês, o Brasil registrou a maior prévia da inflação do acumulado do ano, puxada principalmente pelos produtos alimentícios.
O aumento dos produtos de primeira necessidade é sempre um fator preocupante, por atingir as pessoas mais vulneráveis da sociedade. Essa população compõe a maioria dos brasileiros, que vivem com orçamentos apertados, travando uma batalha para pagar suas dívidas ou mesmo lutando contra a inadimplência.
Entre setembro e outubro, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou nas 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As maiores altas ocorreram em Campo Grande (5,10%), Brasília (4,18%), Fortaleza (4,13%), Belo Horizonte (4,09%), Curitiba (4,03%) e Natal (4,01%). O preço do quilo da carne bovina de primeira subiu em todas as cidades pesquisadas pelo Dieese, tendo Fortaleza a maior alta, de 9,95%.
Os dados são confirmados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15, que mede a inflação, que verificou aumento de 7,54% no preço da carne, segundo levantamento realizado entre 12 de outubro e 12 de novembro.
No geral, a tendência mostrada pelo IPCA é que neste 2024, a inflação ficará em 4,6%, portanto acima da tolerância estabelecida pelo Conselho Monetária Nacional (CMN), de 4,5% para este ano, o que não é uma boa notícia.
A carne, que já serviu de propaganda, no início do governo Lula, como exemplo do acerto de sua política econômica, registra agora reajustes frequentes. E não é apenas esse produto em alta, mas o custo dos alimentos, de modo geral, afora a tendência de crescimento da inflação.
Isso constitui um alerta para o Palácio do Planalto, de que alguma medida precisa ser tomada para sustar a escalada de preços, que atinge a mesa dos brasileiros. O preço do dólar — em uma alta histórica — impacta fortemente no preço dos alimentos. E esse é um dos pontos no qual o governo pode influir, transmitindo segurança que seu pacote de cortes de gastos funcionará. Para isso, terá de convencer os operadores do mercado financeiro, que receberam com críticas as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Fernando Haddad.
Por outra vista, a taxa de desemprego recuou no trimestre encerrado em outubro, marcando 6,2% a menor taxa em 13 anos, desde o início da série histórica em 2012. A alta taxa de brasileiros empregados é demonstrativa de aceleração nas atividades econômicas, levando a mais contratações, um quadro bastante positivo. No entanto, a inflação subindo e o alto preços dos alimentos, leva à percepção de uma conjuntura ruim, mesmo para quem está empregado. n
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