
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A manchete da edição de ontem, mostrando que milhões de pessoas saíram da situação de pobreza e de extrema pobreza no Ceará e no Brasil, revela importante avanço social.
Esse feito aconteceu em 2023, comparativamente a 2022, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No período, 297 mil cearenses saíram da extrema pobreza, assim consideradas pessoas que vivem com renda familiar per capita até R$ 209 por mês. Percentualmente, a faixa dos extremamente pobres caiu de 10,9% para 9,4%.
Houve também queda no percentual de cearenses que vivem em situação de pobreza, aqueles com renda per capita até R$ 665 por mês, cujo percentual recuou de 50,7% para 48,78%.
Em todo o Brasil, a população na faixa da pobreza foi reduzida de 67,7 milhões para 59 milhões, com 8,7 milhões de pessoas deixando essa condição em um ano. Quanto à proporção de brasileiros com rendimento domiciliar per capita abaixo da linha de extrema pobreza, houve recuo de 5,9% para 4,4%, somando 3,1 milhões de pessoas.
Os números positivos de redução da pobreza são possíveis devido à extensa rede de proteção aos mais vulneráveis, garantida pelo Estado brasileiro. Entre as medidas estão o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e, ainda, a correção do salário mínimo com índices acima da inflação e a redução do desemprego.
A importância dos programas sociais é medida por cálculos do IBGE, mostrando que, sem os benefícios propiciados pelas medidas de transferência de renda, a proporção de pessoas em situação de pobreza e em extrema pobreza, teria subido, ao invés de cair, como aconteceu em 2023.
Os índices de pobreza e de extrema pobreza, tanto no Ceará quanto no Brasil, são os menores já registrados pela Síntese de Indicadores, desde 2012, quando o IBGE iniciou a série histórica. Mas a situação ainda é preocupante.
Um percentual significativo da população brasileira, Ceará incluído, continua submetida à situação de pobreza ou de extrema pobreza. Os dados do IBGE mostram que 59 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza, enquanto 9,5 milhões estão na extrema pobreza, em todo o País. Além disso, questões como cor, gênero e a localização da população são fatores de desigualdade que impactam negativamente negros, mulheres e os que vivem nas áreas rurais e na região Nordeste. Portanto, as políticas governamentais têm de ser traçadas levando em conta essa realidade.
Mas, sem dúvida, a pesquisa do IBGE mostra a retomada da direção correta para oferecer uma verdadeira cidadania aos brasileiros mais vulneráveis. E isso somente será possível quando todos tiverem o direito assegurado a três refeições por dia, e a uma renda adequada para oferecer um mínimo de bem-estar às suas famílias. n
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