
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Antes anunciado como uma festa de três dias, o Réveillon de Fortaleza terá apenas um na virada de 2024 para 2025. O anúncio dessa redução, feito na quinta-feira, 5/12, pelo prefeito José Sarto, em vídeo nas redes sociais, surpreendeu os setores direta e indiretamente envolvidos. A programação se estenderia pelos dias 29, 30 e 31. Agora, estão mantidas as atrações apenas do dia 31.
De acordo com o prefeito, houve a procura por patrocínios da iniciativa privada para custear os cachês dos artistas. No entanto, essas parcerias foram "insuficientes para pagar todas as atrações anunciadas". Assim, foi tomada uma decisão "necessária e equilibrada", nas palavras de Sarto, de realizar apenas um dia de festa na virada do ano, no aterro da Praia de Iracema, e não mais os três dias, conforme antes anunciado.
É certo que é preciso prezar sempre pelo controle financeiro da máquina pública, principalmente neste período de transição entre as gestões. Contrair dívidas a esta altura, próximo do fim do governo, e deixar para o futuro gestor não são atitudes plausíveis para o Município.
No entanto, questiona-se como esse planejamento havia sido preparado sem que fosse observada a viabilidade de realizar a festa de três dias. O anúncio da programação fora feito no dia 24 de setembro, em meio ao período eleitoral, durante coletiva na qual a gestão prometia grandes shows e apresentações especiais para os três dias de uma das festas gratuitas mais importantes do calendário de Fortaleza.
Em outubro, no período que antecedeu o segundo turno eleitoral, para o qual Sarto não foi eleito, o prefeito reforçou que o Réveillon 2025 estava mantido e prometeu que seria a maior festa já realizada na capital cearense. Em encontro com o secretariado municipal, destacou a importância econômica do evento, chamando-o de irreversível: "Essa é uma festa da cidade, que fortalece nossa economia e gera emprego e renda".
De fato, é uma festa que contribui para o desenvolvimento socioeconômico de Fortaleza, com previsão de injetar cerca de R$ 4 bilhões na economia local. Alimenta toda a cadeia produtiva do turismo. Atrai turistas de vários lugares do mundo, que, a este tempo, já se programaram para festejar os três dias na capital cearense. Talvez a maioria não cancele a vinda a Fortaleza por causa do corte na festa, mas a frustração gerada e a sensação de desorganização que aparentam são inevitáveis.
Postos de trabalho temporários são criados neste período. A redução da quantidade de dias da festa também contribui para diminuir a renda de quem trabalha neste setor, seja no comércio ambulante ao redor da Praia de Iracema, seja nos estabelecimentos maiores das redondezas. A hotelaria é outro setor que se aproveitou da grandeza da festa para aumentar sua ocupação.
Mudança de gestão é sempre delicada quando os gestores estão de lados opostos, principalmente neste momento em que Fortaleza vive crise em outros setores sensíveis, como a saúde. Espera-se que a prudência prevaleça em todas as decisões tomadas, mas também é desejável que o planejamento e a organização pautem as ações em todos os dias do governo.. n
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