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Os preocupantes rumos da transição
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Os preocupantes rumos da transição

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A administração do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), caminha para um fim melancólico, depois de os eleitores lhe negarem um segundo mandato. É lamentável, pois este jornal elogiou a postura republicana, demonstrada por ele, logo após perder as eleições, o que agora não se confirma.

Da equipe de transição, nomeada pelo prefeito eleito Evandro Leitão (PT), acumulam-se queixas de que a prefeitura dificulta o trabalho da passagem do poder. Segundo essas reclamações, existe dificuldade de acesso a documentos importantes para propiciar uma transição sem prejuízos à população.

Segundo a vice-prefeita eleita, Gabriella Aguiar (PSD), coordenadora da equipe nomeada por Evandro, faltam dados concretos para nortear os primeiros 100 dias da nova gestão. A Prefeitura responde formalmente, afirmando que não sonega informações.

O Ministério Público do Ceará (MPCE), por sua vez, afirma estar acompanhando a transição, já tendo, inclusive, enviado ofício à equipe do prefeito eleito solicitando mais informações sobre possíveis irregularidades.

A justa preocupação do MPCE é evitar que os serviços públicos sejam comprometidos, caso a transição não seja realizada com transparência, "obedecendo ao cumprimento das normas legais".

Como mostra reportagem publicada na edição de ontem, em novembro, o MPCE identificou aumento de 1.100% nas reclamações contra a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Fortaleza e de 600% nas queixas referentes ao Instituto Dr. José Frota (IJF).

De janeiro a outubro, os equipamentos e serviços da SMS receberam, em média, 5,5 reclamações mensais; no mês de novembro o número subiu para 77. Quanto ao IJF, as queixas passaram de seis para 38 no mesmo período.

Esses fatos aconteceram após o prefeito José Sarto ter declarado, logo ao término das eleições, que iria concluir obras em andamento até o fim do mandato — e que deixaria R$ 1,1 bilhão em caixa para o próximo governo.

A situação do IJF é uma ilustração irrefutável da situação precária na qual que se encontra Fortaleza a 20 dias de uma nova administração assumir os destinos da cidade. No hospital, a falta de remédios e insumos básicos, põem em risco a vida dos pacientes.

Frente à situação, o prefeito José Sarto criou uma "força-tarefa" para analisar o problema, que já estava à vista de todos, exigindo solução rápida. Qual seja, a falta de verbas para a compra de medicamentos e para o pagamento do salário de profissionais de saúde.

O governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), e o prefeito eleito, Evandro Leitão, precisaram mobilizar-se para conseguir, no Ministério da Saúde, a liberação de recursos necessários para superar a crise.

Essas circunstâncias parecem exigir uma verificação mais acurada sobre o que está, de fato, acontecendo, frente a evidências de deterioração de serviços públicos essenciais, verificada em levantamento do próprio Ministério Público.

 

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