
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Os graves problemas gerados pela violência policial ficam cada vez mais evidentes, despertando repúdio crescente na sociedade a essas ações desnecessariamente agressivas e letais das polícias, que ocorrem em todo o Brasil.
Esse tema voltou a ser debatido com mais intensidade depois que uma série de brutalidades cometidas pela Polícia Militar de São Paulo, algumas delas resultando em mortes de suspeitos, foram filmadas por iniciativa de cidadãos ou por câmeras de segurança.
Divulgado em julho, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostrou que em 2023 as polícias Civil e Militar mataram 6.393 pessoas em todo o País. Com esses dados, a plataforma de notícias Uol expôs que as polícias brasileiras atingiram mortalmente mais suspeitos do que 15 países do G20 somados. Por falta de dados confiáveis, a Arábia Saudita, China e Rússia não entraram na conta. O G20 reúne os 19 países com a maior economia do mundo, mais a União Europeia e a União Africana. Proporcionalmente, os policiais brasileiros matam 36 vezes mais do que a média dos agentes das outras nações.
A pesquisa atesta a gravidade do problema que o Brasil enfrenta na área da segurança pública, pois como pode ser verificado, o combate ao crime, com os métodos utilizados pela polícia brasileira, é ineficaz, além de condenável, por desrespeitar os direitos básicos de cidadania, e provocar mortes evitáveis, muitas vezes de moradores que nada têm a ver com o conflito.
Frente a essa situação, é preciso que os governadores tenham uma atitude mais enérgica para controlar as ações das polícias nos limites da lei. Não é aceitável que a população, especialmente as pessoas que vivem nas periferias, tenham de viver submetidos, de um lado, à bandidagem e suas facções e, de outro, a uma polícia violenta que as vê como inimigos.
No entanto, a situação parece não fazer parte das principais preocupações dos governadores. Alguns preferem justificar ou mesmo incentivar violência policial, outros aceitam brutalidade tacitamente, e tudo continua como está. Mas os próprios agentes são vítimas dessa violência, pois é alto o índice de policiais brasileiros que são assassinados.
É preciso lembrar que existe um limite de tolerância, excedido em São Paulo, por exemplo, obrigando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a admitir que seu discurso belicoso tinha consequências negativas sobre a atuação da Polícia Militar.
Esse é um debate que não deveria opor esquerda e direita — mesmo porque o problema é generalizado —, e sim unificar as forças democráticas para encontrar uma resposta conjunta, não apenas à disfunção das polícias, mas à violência de modo geral, que assusta a população brasileira, e também atinge fatalmente os próprios policiais. n
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