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O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O assassinato do presidente da Câmara dos Vereadores de Tabuleiro do Norte (210 km de Fortaleza), Marcos Aurélio, expõe, de forma brutal, o recrudescimento da violência política no Ceará, como de resto ocorre em todo o Brasil.
Reeleito para o quarto mandato consecutivo, filiado ao Partido Progressista (PP), Aurélio, de 57 anos, foi baleado mortalmente por dois homens, que desceram de uma motocicleta. A vítima estava em frente à sua residência e conversava com duas mulheres, uma delas sua sogra, que foi ferida pelos disparos.
Entre abril e maio, três pré-candidatos a vereador foram assassinados no Ceará, em diferentes cidades do interior. Em setembro, outro pré-candidato ao parlamento municipal foi atingido mortalmente por disparos, quando fazia campanha no bairro Mondubim, em Fortaleza.
No começo do ano, em fevereiro, uma chacina deixou quatro mortos em uma localidade rural da cidade de Aracoiaba (90 km de Fortaleza). Entre as vítimas estava o secretário municipal de Obras Públicas e Mobilidade Urbana, Kennedy Guedes, irmão do prefeito da cidade.
Pesquisa divulgada este mês pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos, com o título Violência Política e Eleitoral no Brasil, abrangendo o período de novembro de 2022 até outubro de 2024, apresenta recordes de casos de violência política nesse período. Somaram-se 714 casos de violência dirigidas a candidatos ou a políticos no exercício do cargo.
O estudo consolidou 2024 como o ano de maior número de ocorrências desde 2016, quando se iniciou a série de pesquisas. Nas eleições presidenciais de 2018, uma pessoa foi vítima de violência política a cada oito dias. Em 2022, a violência política vitimou três pessoas a cada dois dias.
À violência política que sempre existiu, em maior ou menor grau, acrescentou-se um agravante: a interferência ou a participação direta nas facções no processo eleitoral. Investigações mostram que esses grupos criminosos conseguem impor sua vontade pela coação, apoiando candidatos ou infiltrando-se diretamente nos parlamentos e instituições para operar seus interesses escusos.
Normalmente as facções preferem agir em cidades do interior, aparentemente com menos controles, onde seria mais fácil atuar em Câmaras Municipais, conseguindo lucrativos contratos, que também tem o objetivo de lavar o dinheiro obtido de forma ilícita.
O problema é que a maioria desses crimes tem investigações falhas, que não descobrem a sua motivação ou nem mesmo chegam aos mandantes das mortes por encomenda. É preciso, portanto, que as autoridades passem a considerar a violência política um ataque direto à democracia, dando mais atenção a esse tipo de crime.
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