O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O ano de 2024 aproxima-se de seu final e vai deixando para trás um cenário preocupante no que diz respeito às condições climáticas do planeta e, especialmente, às perspectivas de futuro que aponta. Novo relatório que acaba de ser divulgado nos adverte sobre o quadro perigoso, a partir do que está observado na temporada do calendário que chega ao fim.
Com os dados de novembro fechados e em mãos, o Observatório Copernicus, da União Europeia, já confirmou que em seu relatório final apontará 2024 como o ano mais quente da história da humanidade. Foram, ainda com dados de um mês por serem inseridos, 41 dias nos quais a temperatura média mundial situou-se numa faixa considerada de risco para a saúde humana.
São dados preocupantes, ainda mais no contexto em que avança na sociedade o apoio a teses negacionistas, que tentam criar uma realidade paralela, na qual se contesta a necessidade de uma maior atenção com o meio ambiente para revertermos a tendência trágica diante de nós. Por mais que os dados sejam objetivos e claros.
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, sendo ele um dos propagadores da ideia de que o quadro não é tão dramático quanto pintam os ambientalistas, indica uma escala nova no desafio de conscientizar as sociedades acerca da ameaça que nos cerca. Considerado o nível de influência do país que volta a liderar a partir de 20 de janeiro.
A advertência dos especialistas europeus se soma a tantas outras que têm sido feitas à medida em que o tempo avança e vai ficando patente a nossa incapacidade, como sociedade, de reverter uma tendência de destruição que se manifesta através de queimadas, desmatamentos e outras ações criminosas, porque fora de qualquer padrão ou controle. Uma realidade, infelizmente, que coloca o Brasil no centro do problema, dada sua condição de potência ambiental.
Com território de mais de 8,5 milhões de km2, o nosso país concentra a maior quantidade de animais e vegetais do planeta. Temos ainda a responsabilidade de abrigar parte da Amazônia, objeto da cobiça geral num olhar destrutivo, que em geral não foca na preservação como preocupação principal. Admita-se que nem precisa ser o único propósito, ou seja, que se pode discutir um nível de tolerância para extrair dali o que for absolutamente necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
O que acontece, no caso brasileiro, é que não temos sido capazes de fazer a parte que nos cabe, como sociedade ou governo, apesar de, neste último caso, no plano federal, a política da área estar sendo tocada por uma figura de alta respeitabilidade global por seu envolvimento desde sempre com as lutas em defesa do meio ambiente. Falamos da ministra Marina Silva.
Enfim, nos espera para 2025 um cenário ainda mais desafiador e que exigirá disposição de luta maior do que a que tem sido registrada para defender as boas causas ambientais. É preciso consciência de que estamos falando de coisa básica, de termos um planeta, no futuro, em condições de ser habitado. Assusta perceber que da forma como as coisas caminham isso pode não ser possível. n
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