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Para celebrar a vitória da democracia
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Editorial opinião

Para celebrar a vitória da democracia

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Hoje faz dois anos que o Brasil impediu que a invasão das sedes dos três poderes, em Brasília, resultasse em um golpe de Estado, com a intervenção das Forças Armadas, para depor um governo legitimamente eleito.

Foi uma vitória inconteste da democracia, que demonstrou a vitalidade de suas instituições, com o decidido apoio popular. Em um primeiro momento, o repúdio à tentativa de golpe foi praticamente unânime entre os partidos, à exceção dos segmentos identificados com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, esse apoio parece arrefecer entre políticos de centro-direita, dos quais se ouvem vozes em favor de uma anistia para os depredadores, que poderia alcançar até Bolsonaro, um dos indiciados pela Polícia Federal (PF) pela tentativa de golpe. No entanto, se a proposta de anistia seguir adiante, vai soar como um incentivo àqueles que insistem em romper a ordem democrática. A impunidade não pode ser uma opção para crimes de tal gravidade.

Como mostram as investigações da Polícia Federal, o 8 de janeiro foi precedido de uma trama golpista, desenvolvida dentro do Palácio do Planalto, com participação de auxiliares diretos de Bolsonaro, quando exercia a Presidência da República.

Portanto, a tentativa de instalar um governo autoritário no Brasil deveria unificar todos os democratas, acima das ideologias partidárias. O que está em jogo é a urgência de proteger as liberdades individuais, a supremacia das leis e a soberania popular. Sem essas garantias, instala-se a ditadura e o arbítrio, situação que o País já viveu, em sua história recente, e que deve ser sempre lembrada para que não se repita.

Mas não é apenas o Brasil que tem de lidar com setores da extrema direita que, perigosamente, vêm crescendo em vários países da Europa, como Alemanha, Inglaterra e França. Na Áustria, o presidente Alexander Van der Bellen delegou, nesta segunda-feira, ao líder do partido de extrema direita, Herbert Kickl, a tarefa de formar um novo governo. Se ele conseguir, será o primeiro governo liderado por extremistas de direita, desde a Segunda Guerra Mundial.

Além disso, Donald Trump assume a presidência dos Estados Unidos da América no dia 20 deste mês, prometendo anistiar os invasores do Capitólio, manifestação depredatória incentivada por ele, quando perdeu as eleições para Joe Biden em 2020. Durante o tumulto, no dia 6 de janeiro de 2021, cinco pessoas morreram, incluindo um policial, por espancamento.

Em vista do que acontece, o governo brasileiro procede de maneira correta ao preparar manifestações oficiais no dia de hoje para, mais uma vez, condenar o violento ataque contra a democracia praticado por bolsonaristas fanáticos. A data que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como "o dia da infâmia", tem de ficar marcada como um episódio que, em hipótese alguma, pode ser tolerado. n

 

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