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o fogo que queima Los Angeles
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Editorial opinião

o fogo que queima Los Angeles

A tragédia que acontece esses dias no rico estado da Califórnia, nos Estados Unidos, precisa ser acompanhada pela comunidade mundial com a atenção merecida. Não se trata de um quadro distante, que diz respeito apenas a um País e um povo que dispõem das condições materiais e financeiras necessárias para reconstruírem a destruição que o fogo deixa atrás de si por onde passa.

O presidente norte-americano Joe Biden, que vive os últimos dias de seu mandato, avaliou que se trata da maior tragédia do tipo que a Califórnia já enfrentou na sua história. Pois bem, cabe-nos entender que o problema, embora pareça localizado, tem a ver com a crise climática que desafia hoje todos os países, quase que sem exceção, em cada um deles agindo conforme suas características e peculiaridades.

É um quadro que tem a ver, por exemplo, com o relatório que acaba de sair do Centro Europeu Copérnico apontando que o ano de 2024 foi o mais quente da história. Primeiro, inclusive, a ultrapassar a marca de 1,5°C de aumento na temperatura média da Terra em relação aos níveis pré-industriais, o que dá uma ideia clara da gravidade do momento.

Todos os continentes registraram uma nova temperatura recorde no fechamento do ano passado. De acordo com o respeitado observatório europeu, o dia mais quente do ano passado foi 22 de julho - quando a temperatura média global atingiu a média de 17,16°C.

Informações atualizadas apontam mais de 12 mil casas destruídas nos incêndios de Los Angeles, contabilizando-se pelo menos 11 mortes. O cenário é aterrador, com cerca de 130 mil desalojadas, retiradas de suas casas e, a essa altura, sem ter certeza de como se dará a volta. Ou, quando. Calcula-se que o prejuízo esteja entre US$ 52 bilhões e
US$ 57 bilhões.

Para além dos números e dos sofrimentos pessoais e familiares, é preciso, insista-se, que reflitamos acerca das causas da repetição de cenários trágicos que o mundo assiste. Ora na forma de queimadas e incêndios, outras vezes através de inundações e cheias, há também as estiagens, enfim, precisamos entender que são faces diferentes de uma mesma moeda.

É de uma nova consciência das sociedades e dos governos em relação ao quadro de emergência climática que virá a melhor forma de reagir ao estado de coisas atual. Precisamos parar de chorar as perdas, materiais e pessoais, decorrentes de uma postura de descaso com a necessidade de olharmos com mais atenção e seriedade para um problema que, em geral, nasce da ação humana. Portanto, que também pode arrefecer em função dela. n

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