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A trégua que pode levar, enfim, à paz
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Editorial opinião

A trégua que pode levar, enfim, à paz

A única coisa que deve interessar nesse momento é a formalização de um acordo final que devolva paz às famílias e aos povos envolvidos. Já se perdeu inocentes o bastante

Uma nova trégua está em vigência entre o governo de Israel e o grupo Hamas, certamente como influência da mudança na ordem política global com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que aconteceu ontem. Como gesto inicial deu-se a troca dos primeiros três reféns israelenses que estavam em mãos dos terroristas por 95 prisioneiros palestinos que ocupavam prisões israelenses, acusados de envolvimento com atos violentos.

A primeira fase do acordo, que será cumprida ao longo das próximas semanas, prevê a liberação de 33 dos reféns que o Hamas ainda detém sob criminosa guarda, depois de capturá-los na espetacular e violenta ação daquele 7 de outubro de 2023 que assustou e indignou a comunidade internacional. Em contrapartida, Israel colocará em liberdade palestinos hoje presos no complexo penitenciário que mantém na Cisjordânia, a partir de uma lista apresentada pelo grupo terrorista.

A comunidade mundial espera que o acordo da vez realmente prevaleça e traga paz definitiva à região, considerando que iniciativas anteriores terminaram frustradas diante da opção preferencial das lideranças de ambos os lados pelo confronto.

É lamentável que o esforço de entendimento apareça já com mais de 48 mil mortes contabilizadas, somados israelenses e palestinos, valendo registrar que a maior parte destas vítimas sem envolvimento direto nas batalhas, estimando-se que 70% delas sejam mulheres e crianças,

Sem contar as fortes perdas materiais que já se registram, especialmente no lado palestino da Faixa de Gaza, que tem áreas extensas completamente dizimadas. Para se ter uma ideia do tamanho do estrago e da tragédia, a Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que cerca de 92% das casas da cidade estão destruídas, total ou parcialmente. Chega a 1,8 milhão o número de pessoas que precisam urgentemente de abrigos e de itens domésticos essenciais.

Devolver vida plena às famílias atingidas deve considerar, também, um aporte financeiro importante que precisará ser feito pela comunidade internacional. Há necessidade de atenção igual para as perdas verificadas no lado inocente de Israel, que na discussão costuma aparecer apenas como elemento agressor, havendo diferença apenas no nível de miséria e pobreza das famílias atingidas. É uma guerra assimétrica, desproporcional e, na sua essência, injusta.

Renovamos o apelo já tantas vezes feito anteriormente pelo Grupo de Comunicação O POVO para que a racionalidade finalmente prevaleça. A única coisa que deve interessar nesse momento é a formalização de um acordo final que devolva paz às famílias e aos povos envolvidos. Já se perdeu inocentes o bastante para insistir num caminho bélico que não aponta para uma porta de saída.

 

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