
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Mesmo não havendo nenhuma surpresa, foi impactante o discurso de posse de Donald Trump, que assumiu um segundo mandato, agora como 47º presidente dos Estados Unidos.
Ele reafirmou as suas polêmicas promessas de campanha, com ataques a diversos países, incluindo ameaças de intervenção militar, como foi o caso do México e do Panamá. O presidente esqueceu, porém — pelo menos por ora — da proposta de anexar o Canadá, como o 51º estado americano, mantendo a cobiça pela Groenlândia.
No seu estilo brutal, não se preocupou nem mesmo em manter uma cordialidade protocolar, atacando seu antecessor com informações falsas, para mostrar Biden — a poucos metros dele — como um incompetente total, supostamente por não saber "administrar uma crise simples em casa".
Trump cantou a música que seu eleitorado queria ouvir, afirmando que seu governo vai iniciar uma "era de ouro" nos Estados Unidos, reclamando como se estivesse recebendo um país destroçado, o que não é verdade, do ponto de vista econômico.
Na sequência, assinou mais de uma centena de ordens administrativas, abrangendo tanto políticas internas quanto internacionais. Algumas das medidas entrarão em vigor imediatamente, outras terão de tramitar em outras instâncias.
Já estão sendo libertadas mais de mil pessoas, que cumpriam pena pelo ataque ao Capitólio, agora perdoadas pelo presidente. A invasão foi incentivada pelo próprio Trump, que não se conforma por ter perdido a eleição de 2020, derrota que não assume até hoje. O fato demonstra completo desapreço pela democracia e suas instituições, além de constituir um estímulo para a resolução de questões políticas apelando para métodos violentos.
A retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo de Paris (mudanças climáticas), terão de passar por procedimentos que podem demorar um ano. Lembrando que o Brasil vai sediar a COP 30 em novembro deste ano, em Belém. A possível ausência dos Estados Unidos é um desafio para o governo brasileiro, pois o país do Norte é um dos principais emissores de gases de efeito estufa.
Ao deixar esses organismos, Trump reforça o isolacionismo americano e remete a resolução de conflitos, econômicos ou políticos, para a arena da força, ou com o uso de excessivas barreiras comerciais, o que instalaria uma guerra tarifária, com prejuízos generalizados.
Como é comum ao populismo extremista, Trump também elegeu um "inimigo interno" para culpar pelas mazelas, existentes ou não. Ele planeja deportar milhões de imigrantes, declarou emergência nacional na fronteira com o México — que permite a atuação de militares — e assinou uma discutível ordem executiva que contraria a 14ª emenda da Constituição, que garante a cidadania aos nascidos em solo americano, independentemente da condição dos pais.
O presidente, porém, não dá importância a esses detalhes. Como diz o ditado, "para um homem com um grande martelo, todo problema parece um prego". n
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