
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Fortaleza, de acordo com os dados oficiais mais recentes disponíveis, a partir dos números colhidos no Cadastro Único (CadÚnico), apresenta hoje pelo menos 7.666 famílias, representando 9.410 pessoas em situação de rua. É um número assustador, inaceitável em vários aspectos, e que demanda políticas públicas capazes de amenizar o sofrimento diário de gente que lida com o limite de carências no seu cotidiano.
Não é problema surgido da atual administração, recém-iniciada, muito menos pode ser definida como herança de um quadro que surgiu como efeito direto da gestão anterior, e, ao contrário, trata-se de algo que ultrapassa o tempo sem que tenhamos sido capazes de oferecer uma resposta definitiva. Na verdade, sequer é uma situação exclusiva da cidade, significando que o quadro demonstra-se igualmente desafiador para quase todas as cidades brasileiras, especialmente as metrópoles.
O que há na nossa realidade específica, segundo relatos de lideranças do Movimento População de Rua, é uma ação pouco eficiente no processo de acolhimento dessas pessoas, com especialidade crianças e idosos, oferecendo-lhes um mínimo de dignidade. Para se quantificar a defasagem entre o que realidade exige e o que está oferecido pelo poder público, há três centros de acolhimento funcionando em Fortaleza, quando, de acordo com quem acompanha o problema na sua complexidade diária, seriam necessárias pelo menos mais cinco unidades do tipo para atender à alta demanda social existente.
O que quer que se faça, e por mais que se faça, toda ação positiva do Estado que foque no acolhimento conseguirá apenas amenizar o problema. O objetivo final precisa ser a viabilização de uma volta definitiva dessas famílias a um lar, considerando aquelas que um dia já o tiveram, devolvendo-lhes um mínimo de dignidade, permitindo que deixem de precisar da caridade alheia para coisa básica de uma vida humana, como comer, tomar banho ou ter um espaço para um sono reparador. Falamos de gente, para citar uma situação de tantas, que muitas vezes dorme sob marquises.
Claro que seria injusto cobrar do novo prefeito, Evandro Leitão (PT) e de sua equipe, que apresente uma solução logo para o cenário difícil que encontrou. Porém, deve-se esperar alguma pressa na busca de soluções que, no primeiro momento, pelo menos amenizem o sofrimento de milhares de famílias e de pessoas que, empurradas pela pobreza, são lançadas a uma situação de muita dificuldade pela falta de um lar. Até porque, lembremos, a quadra invernosa que esperamos ver confirmada nos próximos meses, deverá ampliar, em muito, o sofrimento de quem é vítima deste quadro diário de dificuldades e desigualdades. n
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