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Chineses acirram disputa pela inteligência artificial
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Editorial opinião

Chineses acirram disputa pela inteligência artificial

O impacto produzido pelo DeepSeek derrubou de maneira impactante as ações das gigantes de tecnologia, como Nvidia, Microsoft, Meta e Alphabet (Google)

O abalo que o lançamento do chatbot chinês de inteligência artificial, DeepSeek, provocou, ao desbancar o ChatGPT, da americana OpenAI, foi tão espetacular que o executivo de uma empresa que investe em startups definiu o choque como "momento Sputnik".

A referência é ao evento histórico, promovido pela então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1957, ao pôr em órbita o primeiro satélite artificial. Na sequência, no ano de 1961, em outra conquista inédita, os soviéticos levaram um ser humano a orbitar a Terra.

O feito mostrou que a União Soviética estava à frente dos Estados Unidos (EUA) na corrida especial, incentivando o então presidente americano John Kennedy a pôr em marcha um programa espacial que levaria o primeiro homem a pisar na Lua.

O impacto produzido pelo DeepSeek derrubou de maneira impactante as ações das gigantes de tecnologia, como Nvidia, Microsoft, Meta e Alphabet (Google), entre outras que, juntas, perderam cerca de US$ 1 trilhão do valor de mercado. A queda revelou a surpresa dos Estados Unidos com o estágio avançado dos chineses nas pesquisas de inteligência artificial.

Uma das vantagens comparativas do produto chinês é a manutenção do código aberto. Isso permite que pesquisadores e empresas criem sistemas conforme as necessidades do usuário, com base na plataforma.

Além disso, o DeepSeek superou o embargo dos EUA Unidos para evitar que a China tivesse acesso a semicondutores modernos. A startup driblou essa restrição adaptando chips mais antigos e com uma tecnologia que exige menor quantidade desses dispositivos.

Segundo a imprensa americana, os chineses gastaram de US$ 6 milhões para treinar um de seus modelos, valor muito abaixo dos US$ 100 milhões aportados por empresas americanas de tecnologia.

O aplicativo, gratuito, tonou-se rapidamente o mais baixado na APP Store dos EUA. O fenômeno repetiu-se no Brasil, onde o DeepSeek é um dos mais procurados nas lojas virtuais.

A situação preocupa o governo americano, que teme perder a vantagem de que dispõe, ou julgava ter, sobre essas tecnologias. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sentiu o golpe. Disse que o lançamento chinês é um "alerta" para as indústrias de tecnologia americanas, e que os EUA têm de "estar focados em competir para vencer". Um dia após sua posse, ele havia anunciado investimento de US$ 500 bilhões em inteligência artificial.

De acordo com informações da plataforma Techtudo, o DeepSeek supera o modelo GPT-4o1 em quesitos importantes, como codificação e progressões lógicas, "utilizando apenas uma fração do custo de operação e recursos computacionais do concorrente".

Em vista do exposto, pode-se afirmar que a disputa pelo domínio da inteligência das máquinas tornou-se a "corrida espacial" do segundo quartel do século XXI. Só que, agora, o vencedor desta nova corrida poderá estar no Oriente, e não no Ocidente, como aconteceu na década de 1960 do século passado.

Porém, o mais importante, é que se mantenha sempre em vista os interesses da humanidade, sem o quê qualquer solução perde o sentido.

 

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