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A violência no futebol exige um plano
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Editorial opinião

A violência no futebol exige um plano

A organização do clássico entre Ceará e Fortaleza, marcado para sábado próximo, deve estar precedida de cuidados que assegurem a realização do acontecimento esportivo sem que isso impacte negativamente sobre a vida normal da cidade

As terríveis cenas protagonizadas por torcedores do Sport e do Santa Cruz nas ruas de Recife, sábado passado, expuseram o desafio colocado diante das autoridades para dar conta da tarefa de combater a insanidade que envolve o problema das torcidas organizadas, em relação ao comportamento selvagem de uma parte dos seus integrantes.

Uma situação que diz respeito à realidade da maioria dos estados brasileiros e, claro, que também deve preocupar os governantes locais, no aspecto em que abala a normalidade das urbes para além dos ambientes onde as competições acontecem.

O pânico que tomou de conta da capital pernambucana alguns dias atrás, com saldo final de pelo menos 14 pessoas feridas, 12 internados em estado grave e registros inaceitáveis de uma violência gratuita e incompreensível, faz parte, infelizmente, de um cenário crítico com o qual todos estamos sob risco de conviver.

Inclusive em Fortaleza, como demonstraram episódios recentes observados em algumas das nossas praças esportivas que envolveram, através de eventos separados, torcedores do Ceará e do Fortaleza. Para dar uma ideia da insensatez prevalecente, em alguns casos como resultado de confrontos entre simpatizantes de um mesmo time, ou seja, sem razões esportivas aparentes para desentendimentos.

Na semana em que nos preparamos para uma partida que mobilizará as duas principais equipes e de maiores torcidas do nosso estado será importante dispormos de um plano que consiga se antecipar aos problemas que potencialmente podem ser registrados.

Há necessidade de garantir a segurança dos torcedores nos estádios, claro, mas, antes disso, a população em geral de Fortaleza precisará estar protegida dos efeitos possíveis de uma ação coletiva nem sempre marcada pela racionalidade. Conforme o triste exemplo pernambucano nos demonstrou.

Claro que existe uma cobrança anterior a fazer às próprias entidades que se organizam em torno dos torcedores, que devem assumir suas responsabilidades através de quem as lidera. O pretexto do amor ao clube não serve de justificativa para comportamentos despropositados, também responsáveis hoje por afastar público dos estádios, o que vai de encontro à própria essência da luta na qual se envolvem e da emoção que os motiva.

A organização do clássico entre Ceará e Fortaleza, marcado para sábado próximo, deve estar precedida de cuidados que assegurem a realização do acontecimento esportivo sem que isso impacte negativamente sobre a vida normal da cidade.

É dever dos envolvidos, considerando-se dirigentes, torcedores e autoridades, garantir que a paixão que o futebol simboliza, mal administrada, não acabe transformada em transtorno para o morador da nossa capital. Já temos problemas demais a nos preocupar cotidianamente. n

 

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