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O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Como era previsível, infelizmente, o jogo que foi disputado no último sábado entre Ceará e Fortaleza, na Arena Castelão, ocasionou uma série de contratempos para a nossa cidade. Registraram-se confrontos envolvendo adeptos das duas equipes em vários bairros e vias públicas, exigindo uma pronta ação das forças públicas de segurança e resultando numa série de prisões para que o quadro fosse, finalmente, controlado.
É impossível aceitarmos que as coisas continuem assim. Vândalos organizados tentaram estragar uma festa que deveria ser marcada pela alegria, espalhando terror pela cidade e um quadro de violência irracional que se busca justificar por uma paixão esportiva. Gostar de um clube, ser simpático às suas cores ou ao seu escudo, não impõe como obrigação criar um sentimento de ódio em relação àquele que faz uma opção contrária. Muitas vezes motivado somente por uma indumentária que o alvo utilize, nada além.
O governo estadual promete uma resposta exemplar e deve ser mesmo cobrado a apresentá-la. Afinal, foi apenas o primeiro clássico de uma sequência esperada de confrontos semelhantes no calendário de 2025, imaginando-se, inclusive, que outros mais adiante devam ser disputados sob um clima de tensão até maior pelo caráter decisivo que podem apresentar a depender de como a temporada venha a transcorrer. Este agora, de sábado, não colocava nada em jogo e a única justificativa que se apresenta é a tal rivalidade.
Será importante observar como o Estado, envolvendo os poderes institucionais envolvidos, atuará quanto às pessoas presas em flagrante durante os esforços policiais para controlar a bagunça. A iniciativa de encaminhar 82 deles aos presídios, a partir da decretação de prisão preventiva de todos pela justiça, pode ser uma indicação de que se pretende agir com o rigor exemplar que o episódio está a requerer. Destacando-se que, no total, 115 torcedores chegaram a ser capturados em meio às brigas, entre adultos e adolescentes.
A participação de cada um deles precisa ficar caracterizada, distribuindo as penalizações de acordo com o grau de participação nos tumultos que assustaram o fortalezense nos pontos em que aconteceram. A forma como a sociedade reagirá à situação agora, através de suas instâncias representativas, determinará o nosso grau de tolerância com uma ação criminosa que coloca em risco a vida das pessoas e a normalidade da vida cotidiana.
Estaremos vigilantes e prontos para continuar cobrando de quem está obrigado a oferecer uma resposta que esteja à altura do desafio. Por sua importância cultural e esportiva, hoje também pelo que representa para a própria economia estadual, o futebol precisa, a partir de agora, estar melhor protegido dos maus torcedores. n
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