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O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Balanço da Polícia Civil mostra que no ano passado as forças de segurança estaduais apreenderam 10,6 toneladas de entorpecentes no Ceará. Portanto, houve aumento de 142,9% nas apreensões em comparação com o ano de 2023, quando foram tiradas de circulação 4,39 toneladas de drogas. Reportagem na edição de ontem, sobre apreensões da Receita Federal, confirma que está havendo grande crescimento no confisco de todos os tipos de entorpecentes no Estado.
Neste ano, mal entrando em seu segundo mês, a Receita Federal já apreendeu, nos portos do Mucuripe (Fortaleza) e do Pecém (São Gonçalo do Amarante), 549 quilos de cocaína. Volume quatro vezes maior do que todas as apreensões realizadas pelo órgão federal no ano passado, que resultaram em 102,71 kg da droga.
Pode-se atribuir o aumento de apreensão de cocaína à maior fiscalização da Receita Federal ou a ações mais rigorosas dos órgãos de segurança. Mas é preciso reconhecer que o maior volume de apreensões pode significar também que o corredor de escoamento, que passa pelo Nordeste, Ceará incluso, está sendo mais usado pelas organizações criminosas.
Relatório de 2022 do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC, pela sigla em inglês) revela que o Porto de Santos (SP) era um dos mais usados para o comércio internacional de drogas ilegais, por isso muito visado em termos de fiscalização.
Assim, os criminosos teriam migrado para portos menores, localizados no Norte e Nordeste, na tentativa de escapar de controles mais rigorosos. Esse cálculo, porém, parece equivocado, pois as apreensões realizadas no Ceará por agentes da segurança pública e da Receita Federal mostram eficácia no trabalho de fiscalização.
O relatório registra ainda que, em dezembro de 2021, meia tonelada de cocaína foi apreendida no porto do Mucuripe pela Receita Federal. No mesmo ano, no porto de Natal, 1,6 tonelada de coca estava camuflada em uma carga de gengibre. Como informa a Agência Brasil, a partir do relatório do UNODC, o País é o maior exportador de cocaína para fora do continente americano. O Brasil, junto da Colômbia e Equador, são os principais pontos de onde a droga sai em direção à Europa.
Além da apreensão de cocaína, a Receita Federal ainda apreendeu outros nove tipos de entorpecentes no ano passado, incluindo mais de 600 quilos de maconha, além de drogas sintéticas.
Sem dúvida, é elogiável o trabalho dos auditores da Divisão de Vigilância e Repressão e de Combate ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, e dos agentes da Polícia Civil, pelas operações de sucesso que estão desenvolvendo no combate ao tráfico de drogas.
No entanto, a complexidade desses crimes continua sendo um desafio para as forças legais que têm de buscar uma atuação conjunta, em todo o País, pois trata-se de enfrentar o crime organizado, que se espalhou por todo o País, com ramificações internacionais.
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