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O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez bem ao anunciar que será rigoroso na exigência de um ambiente no plenário propício ao debate de ideias. Ele disse que a própria presidência tomará a iniciativa de reportar ao Conselho de Ética brigas e atitudes desrespeitosas por parte dos congressistas, ameaçando com punição.
O embate que mereceu a advertência de Motta aconteceu durante uma sessão plenária, quando chegou a informação de que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, havia denunciado o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Iniciou-se então uma batalha de gritos entre a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e oposicionistas, aliados de Bolsonaro. A altercação chegou a tal ponto que a deputada Delegada Catarina (PSD-SE), que conduzia a Mesa Diretora, precisou suspender a sessão para acalmar os ânimos.
Motta, que estava em outra atividade, voltou para reassumir a coordenação dos trabalhos, conseguindo esfriar os ânimos. Depois, anunciou seu descontentamento com a bagunça generalizada, passando uma espécie de "lição de moral" nos colegas. "Ou esse plenário se dignifica de estar aqui representando o povo brasileiro ou nós não merecemos estar aqui. Aqui não é jardim de infância nem muito menos o lugar para espetacularização que denigre a imagem dessa Casa, eu não aceitarei esse tipo de comportamento", discursou Motta.
Na sequência, proibiu que parlamentares portassem faixas no plenário e anunciou as medidas concretas que tomaria para evitar novos confrontos do tipo, recorrendo ao Conselho de Ética da Câmara.
Já faz algum tempo que o Congresso, especialmente a Câmara dos Deputados, tolera esse tipo de comportamento, incompatível com uma instituição que representa o povo brasileiro. É intolerável assistir à degradação do nível do debate, afora palhaçadas patrocinadas por alguns congressistas, com o único objetivo de produzir "conteúdos", quando não fake news, para as suas redes sociais.
Que o plenário da Câmara dos Deputados entre em ebulição mal iniciado o ano parlamentar, mostra que a situação vem se agravando. De poucos meses até aqui foram dezenas de confrontos, com agressões verbais, palavrões e desforços físicos — e até molecagens, como um deputado discursar no plenário usando uma extravagante peruca.
Pode-se ainda listar a troca de insultos e empurrões entre os deputados André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG); a expulsão do prédio do Congresso de um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), a pontapés, pelo deputado Gláuber Braga (Psol-RJ); o deputado federal Éder Mauro (PL-PA) agredindo um manifestante na Comissão de Direitos Humanos e, ainda, o então deputado Washington Quaquá (PT-RJ) desferindo um tapa no colega Messias Donato (Republicanos-ES).
Como se pode ver, o comportamento impróprio espalha-se pelos partidos. A ver se Hugo Motta terá forças para vencer o corporativismo, fundamental para coibir excessos dos parlamentares.
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