
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A edição de ontem deste jornal trouxe uma reportagem abrangente, assinada pelo jornalista Kleber Carvalho, sobre a situação do Bicicletar, dez anos após a sua implementação, em 2015, na gestão do prefeito Roberto Cláudio (PDT). A meta atual da Prefeitura é tornar Fortaleza a cidade mais "ciclável" da América Latina, dobrando o número de ciclistas de 5% para 10% em 10 anos.
O sistema público de compartilhamento de bicicletas tem 252 estações espalhadas pela cidade, que podem ser acessadas pelos moradores que se inscrevem no aplicativo. Os passes têm valor de R$ 5,00 (diário); R$ 20 (mensal) e R$ 80 (anual). O baixo custo aliado à praticidade, com o aumento das faixas para ciclistas na cidade, tornaram o serviço um sucesso instantâneo, que se mantém até hoje. Outras 58 estações estão previstas para serem instaladas.
Mais de uma dezena de cidades no Brasil oferece o serviço de compartilhamento, mas o Bicicletar tornou-se um modelo de incentivo à mobilidade sustentável.
É interessante observar que o maior número de usuários está nos bairros centrais (Meireles, Centro e Benfica), e nas periferias (Barra do Ceará, São Gerardo), indicando a adesão generalizada ao compartilhamento.
As informações colhidas pelo repórter nas estações localizadas nos bairros mais movimentados confirmam a grande aceitação do programa, elogiado por todos os entrevistados. Mas com uma queixa comum: a falta de manutenção das bicicletas, principalmente o mau funcionamento da engrenagem de trocar marchas.
O cuidado com os bens públicos, a chamada zeladoria, parece ser o calcanhar de Aquiles das administrações municipais. Veja-se a situação da limpeza pública, da manutenção de vias, do mobiliário público e das praças, que recebem a visita dos incumbentes apenas na sua inauguração ou quando são reformadas, para depois caírem no esquecimento e no abandono.
Mas é preciso alertar alguns usuários de que o cuidado com os equipamentos públicos deve ser uma preocupação igualmente dos cidadãos. Como declarou uma ciclista, as falhas no funcionamento das bicicletas também se devem à falta de cuidado dos usuários, que fazem mau uso do equipamento.
Mas, sem desculpar aqueles que consideram, equivocadamente, que os bens públicos não pertencem a ninguém, por isso podem ser vandalizados, essa possibilidade precisa ser prevista pelos responsáveis pelo trabalho de manutenção.
Reconheça-se a importância do Bicicletar, cujas vantagens são evidentes, desde a contribuição para reduzir as emissões de carbono, e os congestionamentos no trânsito, até os benefícios à saúde propiciados pelo exercício físico.
Mas a prefeitura poderia investir mais na manutenção das bicicletas, inclusive com uma ação de propaganda para incentivar o uso correto desse equipamento público. Se o obstáculo da manutenção for superado, o Bicicletar poderá ser considerado um programa de excelência, em todos os seus aspectos.
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