
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Aconteceu o que já era dado como certo: o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados tornaram-se réus no processo no qual são arrolados como participantes de uma organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro reagiu da maneira costumeira quando se vê acuado. Primeiro pareceu resiliente, frente à dificuldade, como fez no primeiro dia da sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou a denúncia contra ele, provavelmente por orientação de conselheiros.
Mas quando os ministros votaram, por unanimidade, para torná-lo réu, Bolsonaro voltou aos velhos ataques às urnas eletrônicas, denunciando uma inexistente trama para condená-lo, mesmo sendo inocente das graves acusações que pesam contra ele, segundo seu autojulgamento.
O ex-presidente vai continuar com essas acusações, com a pretensão de criar um movimento que pressione o Congresso a votar a anistia aos participantes do ato de 8 de janeiro de 2023, de modo a ser pessoalmente beneficiado. Nesse aspecto, terá a atuação de correligionários no Congresso, que vão cobrar do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que paute o projeto de anistia.
Por outra frente, seus advogados vão insistir em apontar supostos problemas técnicos no processo — como fizeram durante o julgamento da denúncia — destacando possíveis nulidades e falta de provas concretas da participação do Bolsonaro na sublevação. No entanto, será uma tarefa difícil, devido às robustas evidências coletadas pela Polícia Federal (PF) durante as investigações.
Outro efeito da decisão do STF foi a grande repercussão internacional que mobilizou a imprensa do mundo inteiro, com diferentes visões sobre o caso.
Veículos importantes como o El País, Washington Post, The Guardian, Financial Times, New York Times (NYT) e The Economist comentaram as graves acusações contra Bolsonaro e seu grupo e as implicações que isso trará para a democracia brasileira.
O NYT Times destacou que, diferentemente do que aconteceu com os processos criminais que envolveram o presidente dos EUA, Donald Trump, a Justiça brasileira agiu rapidamente com Bolsonaro. Também anota que o ex-presidente parece estar "apostando suas fichas" em um apoio de Trump.
Na verdade, essa é a principal tarefa de Eduardo Bolsonaro (deputado federal licenciado), que se encontra nos EUA, tentando engajar o governo Trump no apoio a Bolsonaro, em indevida intervenção estrangeira na política interna brasileira.
O Supremo Tribunal Federal enfrenta um julgamento histórico, inclusive por incluir militares de alta patente, na participação de um golpe, que visava exterminar a democracia no Brasil, segundo a denúncia. A crucial tarefa que o STF tem pela frente é não deixar impune aqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito.
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