
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O POVO publicou reportagem recente sobre a situação das pessoas em situação de rua vivendo sob viadutos de Fortaleza. A cena parece ter se tornado corriqueira a quem passa por perto: agrupamentos de dezenas de famílias em abrigos improvisados nas ruas da capital cearense. Sem o mínimo de dignidade, o acesso à água e à eletricidade, quando existe, é feito de forma precária.
As causas para terem ido parar ali são variadas e muito pessoais, como desavenças familiares, perdas de emprego, vícios, entre outros. Muitos vivem da reciclagem e de lá tiram o dinheiro para a alimentação do dia. Por meio de doações, conseguem roupas e outros itens de higiene.
São muitas e variadas histórias que se cruzam no desejo por um lar, com toda a dignidade que qualquer cidadão merece e da qual precisa, e na falta de condições de poder adquirir um. Ora, vivem de doações; ora, do pouco que arrecadam com o trabalho irregular. A vulnerabilidade social leva a problemas de saúde e de falta de direitos básicos.
Dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), obtidos pelo O POVO por meio do Cadastro Único, indicam que Fortaleza tem 9.641 pessoas vivendo em situação de rua.
A reportagem do O POVO mostra que há, na Capital, um serviço de atendimento médico realizado pelo programa "Consultório na Rua", da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Os profissionais percorrem as 12 Regionais, levando os serviços prestados nos postos de saúde. São seis equipes com médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, psicólogo, assistente social, agente social e motoristas. Fazem emissão de prescrições médicas, consultas, vacinação e distribuição de preservativos.
Há também o Centro de Referência para População em Situação de Rua (Centro Pop), que fornece o acesso à orientação jurídica, psicológica, socioassistencial, alimentação e ações educativas. Além disso, há projetos assistenciais feitos por grupos ligados às igrejas que contribuem com roupas e alimentos para essa população. Esses grupos solicitam doações da comunidade para a distribuição às pessoas em situação de rua.
É um número que infelizmente tem crescido. Segundo dados do fim do ano passado, a quantidade de pessoas vivendo em situação de rua no Brasil aumentou aproximadamente 25%. Em dezembro de 2023, havia 261.653 pessoas nessa situação. No fim de 2024, o número chegou a 327.925. A informação é do levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais.
É importante, sim, oferecer serviços de saúde e higiene a essa população. Mais do que isso, porém, é fundamental executar políticas públicas que retirem essas pessoas das ruas e deem a elas um abrigo respeitoso, como é direito de todo cidadão.
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