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O jornalista e a democracia
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Editorial opinião

O jornalista e a democracia

Na habilidade de unir tradição com inovação, os jornalistas brasileiros garantem à sociedade o zelo por um bem imprescindível: a democracia

Neste 7 de abril comemora-se o Dia do Jornalista, instituído pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em homenagem ao jornalista Giovanni Battista Libero Badaró, assassinado em novembro de 1830 por lutar pelo fim da monarquia portuguesa e pela Independência do Brasil.

Quase dois séculos depois, o nome de Liberó Badaró é acompanhado por tantos outros jornalistas que labutam pela manutenção da democracia, cada vez mais frágil no mundo. Segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), 2024 bateu recorde de jornalistas mortos mundialmente: pelo menos 124 profissionais foram assassinados em 18 países. Deles, 85 (68,5%) foram mortos na Faixa de Gaza por soldados israelenses.

A violência contra o jornalista também está materializada no assédio judicial — definido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) como "o uso de medidas judiciais de efeitos intimidatórios contra o jornalismo, em reação desproporcional à atuação jornalística lícita sobre temas de interesse público" — e na descredibilização sistemática do profissional e do fazer jornalístico.

A violência contra os profissionais é sintoma do autoritarismo crescente, fortalecido pela promoção de fake news. Nunca foi tão fácil e eficaz espalhar mentiras para manipular a opinião pública. Além de tecnologias avançadas usadas para falsificar imagens e vídeos, como os deep fakes, há também estratégias menos sofisticadas com igual impacto negativo, como falas e fotos tiradas de contexto.

Os jornalistas são atacados justamente por dominarem as técnicas de apuração, investigação e checagem, que garantem o combate às fake news e a denúncia do que alguns gostariam de manter obscuro. Foi assim que O POVO desvendou o esquema de venda de perfis do aplicativo 99POP, provocando mudança nas diretrizes da empresa; a ocupação irregular e construção de uma estrada nas áreas de preservação ambiental de Itarema e Amontada; o Escândalo dos Banheiros, caso de suposto desvio de verbas para a construção de kits sanitários no Ceará; e tantas outras reportagens e coberturas premiadas no decorrer dos 97 anos do veículo.

O ecossistema do jornalismo é extenso e depende da coletividade para fortalecer-se. Enquanto veículos nativos digitais e independentes contribuem com novas formas de pensar e fazer jornalismo, os meios tradicionais carregam séculos de experiência na vigilância da democracia, ancorando a credibilidade da qual a informação depende para ser levada a sério. Na habilidade de unir tradição com inovação, os jornalistas brasileiros garantem à sociedade o zelo por um bem imprescindível: a democracia.

 

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