
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Depois do ato no Rio de Janeiro, que reuniu 18 mil pessoas, os bolsonaristas fizeram nova manifestação no domingo passado, em São Paulo. A principal reivindicação dos manifestantes é a anistia aos participantes do ataque e depredação da sede dos três poderes, em 8 de janeiro de 2023, com benefícios para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Duas mil pessoas são investigadas e 371 (até janeiro) já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o ato teve a participação de 45 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap, que usa critérios científicos para calcular multidões. Em Fortaleza, houve uma manifestação reunindo um pequeno grupo de pessoas.
A quantidade de participantes do ato na avenida Paulista é significativa, porém muito abaixo da estimativa de um milhão de pessoas feita pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Depois que institutos de credibilidade passaram a utilizar critérios objetivos para o cálculo do público em determinados eventos, ficou mais difícil inflar ou reduzir o número de participantes, de acordo com o "achissmo" de um ou outro lado. O Datafolha calculou o número de presentes em 55 mil pessoas, ficando próximo ao levantamento do Monitor, que tem margem de erro de 12%.
Os seguidos protestos convocados por Bolsonaro têm o objetivo de pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar em regime de urgência o projeto de anistia que tramita na Casa. Silas Malafaia foi direto nesse sentido, ao classificar Motta em seu discurso como "vergonha da Paraíba".
Malafaia, a propósito, é o militante que verbaliza aquilo que Bolsonaro evita dizer, porém, concordando com o que é dito. Também é poupado de um confronto direto com Motta o presidente do PL, Sóstenes Cavalcante. Mas, até agora, o presidente da Câmara dá sinais de que não vai capitular a essas investidas. A pressão pode, inclusive, produzir efeito contrário ao esperado pelos bolsonaristas.
Para defender o general Braga Neto, que está preso, Malafaia atacou outros oficiais de alta patente: "Cadê esses generais de quatro estrelas, do alto comando do Exército? Cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem. Não é para dar golpe, não, é para marcar posição". Apesar da ressalva de que "não é para dar golpe", a fala do pastor dá margem à interpretação que a sua queixa refere-se também a situações anteriores, que vão além de "marcar posição".
O fato é que a consciência democrática e as instituições não podem deixar impunes aqueles que atentaram com o Estado Democrático de Direito.
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