
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O terremoto provocado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com sua guerra de tarifas, ainda tem o potencial de gerar mais danos políticos e econômicos do que produziu até agora. Infelizmente, consequências piores ainda virão.
Existe unanimidade entre economistas — das mais diversas tendências — e operadores do mercado financeiro, afirmando que uma guerra comercial será prejudicial a todos os países do globo, inclusive aos Estados Unidos, onde os sinais dessa crise já estão aparecendo.
A bolsa de valores dos EUA perdeu US$ 9,9 trilhões desde que Trump assumiu a presidência do país em janeiro. Os dados são da consultoria Elos Ayta, divulgados pela CNN Brasil. Em apenas três dias de pregão, a partir do dia 2/4, as perdas totalizaram US$ 6,2 trilhões. A volatilidade permanece em mercados financeiros de todo o mundo.
No entanto, nada dissuade Trump de seu intento, ele apenas mudou o discurso. Se antes prometia bonança imediata aos americanos com o aumento das tarifas, agora pede paciência à população para esperar resultados "grandiosos" em um futuro incerto.
A situação tornou-se mais gravosa depois que a segunda maior economia do mundo, a China, resolveu retaliar a imposição de aumento tarifário de 34% aos seus produtos, aplicando o mesmo percentual em retaliação aos Estados Unidos. A resposta chinesa foi dura, dizendo que vai "lutar até o fim" contra as tarifas aplicadas por Trump.
É de se observar que a China deve ter estudado profundamente a resposta aos Estados Unidos. Diferentemente de Trump, o governo chinês não costuma agir por impulso, portanto, não se deve tomar como blefe a sua opção pelo enfrentamento.
O que assusta nas iniciativas de Trump é que ele parece não ter um plano de governo, resumindo seu programa ao aumento de tarifas, como se essa providência tivesse o condão de resolver todos os problemas que enfrenta em seu país. Até um leigo perceberia que uma política desse tipo, em que um único remédio é usado para curar os mais diversos males, tem tudo para dar errado.
Nos EUA, setores que pareciam anestesiados com as investidas de Trump, emitindo ordens executivas por atacado, começam a ensaiar uma reação às medidas do presidente.
Milhares de manifestantes reuniram-se no sábado, em 1.200 cidades americanas, de todos os estados, para protestar contra Trump, reivindicando a permanência de programas sociais. Na Europa também ocorreram manifestações.
No polo oposto — entre bilionários que foram destaque na posse de Trump —, também começaram as críticas à política tarifária, depois que ações de suas empresas despencaram, devido à instabilidade criada pelo governo americano.
De qualquer forma, é muito difícil prever as consequências desse redemoinho no qual Trump atirou a economia mundial. n
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