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A força do empreendedor
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Editorial opinião

A força do empreendedor

Se é importante o aumento na quantidade de novos negócios, reveladora do arrojo que move os brasileiros, é preciso uma política que contribua para a sustentação desses empreendimentos

O Ceará passa por um crescimento acelerado de novos pequenos negócios, como informou reportagem publicada por este jornal, na edição de 20/4/2025. O dado é relevante devido ao papel central que esse tipo de negócio — microempreendedor individual (MEI), microempresa (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) — tem para a economia brasileira.

Segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com dados da Receita Federal, os pequenos negócios representam 97% do total de empresas do País, respondendo por 26,5% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB). Além disso, as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por 72% dos empregos criados em 2024.

O Ceará destacou-se nos três primeiros meses deste ano, ganhando 42.481 novos empreendimentos, aumento de 57% comparado ao mesmo período de 2024. Foi o estado em que houve o maior avanço de MEIs e MPEs, considerando todo o Brasil. Essas empresas foram responsáveis por 98% das vagas formais de emprego criadas no primeiro bimestre de 2025 no território cearense. A média de aumento de novos negócios no País foi de 35%, acumulando mais de 1,4 milhão empresas emergentes no segmento.

De qualquer modo, é preciso considerar que 50% desses negócios estão no Sudeste (11 milhões) e apenas 16% no Nordeste (3,5 milhões), mostrando que é possível avançar mais no sentido de incentivar o empreendedorismo nordestino.

Uma das pistas da vocação cearense, como mostra o levantamento, é que a maioria desses novos empreendimentos está no setor de serviços, representando 62,4% do total. Em segundo lugar está o comércio (26,1%), em seguida a indústria (7,1%).

Entre os desafios de um empreendedor, está manter a empresa viva, após o seu início. Estudos mostram que cerca de 40% das empresas de pequeno porte encerram suas atividades antes de completar cinco anos.

Dos problemas que levam ao fechamento precoce das empresas, incluem-se gestão ineficiente e falta de capital, de treinamento e de capacitação. É de se lembrar que o Sebrae faz um valioso trabalho de apoio às empresas de pequeno porte. Além disso, existem programas federais, estaduais e municipais para incentivar o empreendedorismo.

No entanto, permanece um gargalo, que atrapalha a vida de quem empreende: a dificuldade do acesso a recursos financeiros e a alta taxa de juros, que tornam impeditiva a tomada de empréstimos.

Se é importante o aumento na quantidade de novos negócios, reveladora do arrojo que move os brasileiros, é preciso uma política que contribua para a sustentação desses empreendimentos, de modo a resultar em benefícios para o empreendedor e para toda a sociedade. n

 

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