
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Levantamentos realizados ao longo dos anos mostram aumento do número de brasileiros vivendo em situação de rua. Apesar dos diversos programas sociais do governo federal, complementados em muitos estados e municípios, a situação permanece grave.
O problema é complexo, pois são várias as causas que levam a pessoa a viver precariamente — e não apenas dificuldades financeiras —, como pode sugerir uma análise superficial do fenômeno. Além do desemprego, com a perda da renda, questões como saúde mental, dependência química, conflitos e violência familiar são motivos para as pessoas deixarem suas casas, mesmo quando a alternativa é viver precariamente nas ruas.
Em qualquer grande cidade do País o fenômeno é visível, com muita gente dormindo em calçadas, embaixo de viadutos e em praças públicas. Os serviços sociais dos municípios são insuficientes para dar conta de tamanha demanda, afora a dificuldade que muitas pessoas em situação de rua têm de seguir as regras rígidas dos abrigos.
Reportagem publicada na edição de ontem mostra que em Fortaleza existem 9.657 famílias vivendo em situação de rua, o maior número do Nordeste. A quantidade se refere apenas às famílias com registro no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal, portanto a cifra de desabrigados pode ser bem maior. Depois de Fortaleza, vem Salvador (9.215), Recife (3.626), São Luiz (1.967) e Maceió (1.761).
Considerando-se todo o País, Fortaleza aparece como a quarta cidade com o maior número de famílias em situação de rua, depois de São Paulo (90.425), Rio de Janeiro (21,630) e Belo Horizonte (14,384). O levantamento foi realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com dados do CadÚnico.
Em outro estudo, divulgado em janeiro, verificou-se que o número de pessoas vivendo em situação no Brasil aumentou 25%. Em dezembro de 2023, havia 261.653 pessoas nessa categoria, número que saltou para 327.925 no final do ano passado.
A prefeitura de Fortaleza foi consultada sobre o assunto e informou que, além dos programas em curso, prepara outros projetos dirigidos às pessoas em situação de rua. Segundo a vice-prefeita Gabriela Aguiar, titular da Secretaria de Direitos Humanos, também serão realizados fóruns temáticos para ouvir diretamente quem vive essa realidade.
Reconheça-se o esforço de algumas administrações, nos três níveis de poder, em enfrentar esse desafio. Mas, pelo que se apresenta até agora, as propostas implementadas mostram-se insuficientes para superar, ou mesmo reduzir o problema.
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