
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Logo ao assumir o mandato como chefe do Executivo Municipal, uma das primeiras atividades do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), foi organizar a Primeira Conferência do Meio Ambiente, como o tema "Emergência Climática, o Desafio da Transformação".
Durante o evento, o prefeito afirmou que o cuidado com o meio ambiente seria prioridade da gestão municipal, com o objetivo de proteger o ecossistema e as populações que vivem em áreas de risco. "Não podemos perder nenhuma área de preservação ambiental", assinalou o prefeito.
Consoante a esse discurso, Evandro enviou à Câmara Municipal (CMFor) projetos para revogar leis que reduziam a proteção ambiental em diversas áreas da cidade. Essa nova legislação foi votada pela CMFor nos últimos dias da gestão anterior.
No entanto, a iniciativa do prefeito em revogar essas leis teria causado "incômodo" na CMFor, mesmo em sua base aliada, como relata notícia publicada na edição de ontem. É o caso do primeiro vice-presidente da Câmara, Adail Júnior (PDT), declarando que defenderá o projeto de lei de sua autoria que exclui áreas de proteção ambiental e de recuperação ambiental no entorno do Parque Rachel de Queiroz.
Fica difícil entender, em tempos de aquecimento global — que preocupa governos em todo o mundo —, o porquê da insistência em implementar medidas que prejudicam o meio ambiente. Uma das desculpas recorrentes é que algumas áreas já estariam degradadas, e que não valeria mais a pena defender sua proteção. Ocorre que, em situações assim, a melhor proposta é a recuperação desses territórios, e não a sua simples extinção.
Quanto a Fortaleza, são louváveis as iniciativas que o prefeito Evandro vem tomando em favor do ecossistema, mas é preciso lembrar que o Plano Diretor, em reformulação, precisa garantir efetivamente a proteção ao meio ambiente, acima de interesses privados. O prefeito tem de fazer valer suas próprias palavras: "Fortaleza não pode mais perder áreas verdes". E isso significa disposição para confrontar aqueles que desprezam a proteção ambiental.
Também é preciso considerar que, desde 2020, Fortaleza tem metas a cumprir pelo Plano Local de Ação Climática. Uma delas é "ampliar a quantidade e a acessibilidade de áreas verdes da cidade". Assim, além do trabalho de impedir o desaparecimento da vegetação, as políticas públicas têm de estar voltadas para a ampliação e restauração desses territórios.
A discussão em torno do assunto, como sempre ocorre, vai opor interesses coletivos e privados, principalmente do setor imobiliário, com impactos na economia e na urbanização da cidade. A proposta da Prefeitura é que o Plano Diretor seja discutido de forma participativa, com fóruns, audiências públicas e disponibilidade de uma plataforma virtual. Uma boa oportunidade para debater os problemas e as soluções para Fortaleza.
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