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Desafio criminoso precisa de resposta rápida
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Editorial opinião

Desafio criminoso precisa de resposta rápida

É preciso identificar executores e mandantes do assassinato do empresário Vinícius Cunha Batista, para fazer justiça e evitar o sentimento de impunidade

Mesmo com as providências anunciadas pelo governador Elmano de Freitas (PT) com o objetivo de aumentar a segurança pública, a ousadia dos criminosos parece não ter limites, desmoralizando as iniciativas oficiais para conter a delinquência. Um caso recente demonstra a audácia do banditismo, que age confiante na impunidade.

O empresário Vinícius Cunha Batista, 47 anos, foi assassinado na quarta-feira, pela manhã, quando saía de uma padaria, em local bastante movimentado no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza. Ele foi atacado a tiros por dois homens, que fugiram em uma moto. Registrado como homicídio doloso, o crime tem todas as características de execução.

Vinícius era proprietário do Sistema Uirapuru de Comunicação, do qual faz parte uma emissora de rádio, que transmite para o Vale do Jaguaribe. O grupo tem sede nas cidades de Morada Nova e Limoeiro do Norte.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) está investigando o caso, mas até agora não há informações sobre a prisão de suspeitos ou qual foi a motivação do crime. Não é a primeira vez que execuções de comunicadores acontecem no Ceará, sem que os crimes sejam esclarecidos completamente ou cheguem aos mandantes.

Em 2003, Nicanor Linhares foi assassinado a tiros no estúdio da rádio Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, quando gravava o programa "Encontro Político". Radialista e pré-candidato a vereador do município de Pereiro, Francisco Euzo de Lima Filho foi executado à bala, em 2012. Givanildo Oliveira, dono do portal de notícias Pirambu News, foi morto com disparos na cabeça, em 2022, quando transitava pela avenida Doutor Theberge, via movimentada de Fortaleza.

Portanto, a tarefa das autoridades é dar resposta rápida a esse novo crime, levando à identificação dos executores e dos mandantes, o que sempre é mais difícil, porém fundamental para a justiça ser feita, evitando o sentimento de impunidade que acompanha os casos mal resolvidos.

A propósito, a edição de ontem deste jornal traz uma reportagem mostrando que um levantamento da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) mostra que 342 homicídios registrados na Região Metropolitana de Fortaleza, desde 2022, foram cometidos com armas de fogo já usadas em outros crimes. Pelo menos 40 armas foram verificadas como "reincidentes". Essa informação é importante para as investigações, pois permite rastreamento e interceptação de armamento usado em crimes.

A pesquisa revela como a inteligência é a melhor saída para o combate ao crime. E também a importância da integração dos bancos de dados das polícias e da implementação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Essas e outras medidas estão previstas na PEC da Segurança Pública enviada ao Congresso pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, cuja aprovação é urgente.

 

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