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Um obstáculo no caminho da energia verde
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Editorial opinião

Um obstáculo no caminho da energia verde

O Ceará e o Nordeste não podem perder essa oportunidade, que abrirá um novo ciclo de desenvolvimento para a região

O governador Elmano de Freitas (PT) anunciou que nas próximas semanas será apresentada uma solução técnica para o problema que impede a conexão de usinas de hidrogênio verde (H2V) ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo registrou este jornal (6/5/2025), Elmano garantiu que "o desenho jurídico está quase definido" para ser apresentado ao Ministério de Minas e Energia (MME).

O hub de energia verde foi lançado em 2021 pelo governo do Estado do Ceará, em parceria com o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e Universidade Federal do Ceará (UFC). O objetivo da iniciativa é transformar o Ceará em "um grande fornecedor global de H2V", gerando emprego, renda e contribuindo diretamente para a descarbonização do planeta, segundo registra o portal do CIPP.

Outros estados da região também fazem investimentos no mesmo setor, com o propósito de transformar o Nordeste em um polo de produção de energia limpa.

Mas o Ceará foi pioneiro no desenvolvimento de projetos de H2V, tendo mais de 30 memorandos de entendimento com empresas brasileiras e estrangeiras. Além disso, existem seis pré-contratos assinados para a instalação de usinas na Zona de Processamento de Exportação do Ceará, no Complexo do Pecém.

No entanto, o entusiasmo com um negócio, com potencial de trazer bilhões de reais de investimentos para o Ceará, além de contribuir para desacelerar o aquecimento global, encontrou um obstáculo pela frente.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) seguindo recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apontou que haveria sobrecarga na rede de transmissão, e negou a conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN) para três projetos: Fortescue e Casa dos Ventos, no Ceará, e Solatio, no Piauí.

A Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV) e a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), assinaram um documento alertando que a situação põe em risco os investimentos programados e pedem urgência ao Ministério das Minas e Energia quanto às providências para superar problema. As entidades cobram o governo federal pelo atraso no cronograma de ampliação das linhas de transmissão.

O Consórcio Nordeste, que reúne os nove estados da região, também acompanha o caso. O governador Elmano de Freitas (PT) sugere, inclusive, que os estados arquem com a construção das linhas de transmissão para dar mais agilidade ao processo.

O fato é que o Ceará e o Nordeste não podem perder essa oportunidade, que abrirá um novo ciclo de desenvolvimento para a região.

 

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