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Quem ganha com a cruel exportação de animais vivos?
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Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação

Eliziane Alencar ciência e saúde

Quem ganha com a cruel exportação de animais vivos?

A crueldade que envolve lucros e protestos no brasil
EM 2024, o Brasil bateu o recorde da crueldade: mais de 1 milhão de animais vivos exportados. (Foto: Divulgação/ Adobe Stock )
Foto: Divulgação/ Adobe Stock EM 2024, o Brasil bateu o recorde da crueldade: mais de 1 milhão de animais vivos exportados.

A luta contra a exportação de animais vivos teve uma vitória histórica no Brasil, em abril de 2023, quando foi julgada uma ação civil pública do Fórum Animal, em primeira instância, pela 25ª Vara Federal de São Paulo. A sentença proibiu a exportação de animais vivos por via marítima. A esperança dos animais, contudo, continua em sonho, aguardando a decisão do TRF-3, que é a segunda instância da Justiça Federal.

Com olhares de desespero, enfrentando viagens extenuantes, inicialmente em caminhões entre as fazendas e o embarque, quando são confinados em navios, milhares de animais são submetidos a viagens que duram semanas, com destino ao assassinato em outro países. Sem comida, água e ventilação suficientes, são forçados a suportar temperaturas extremas e condições de sujeira, sobrevivendo sob os próprios excrementos.

Em julho de 2024, o Ministério Público Federal deu parecer favorável à ação do Fórum Animal contra a exportação de animais e, em 19 de fevereiro próximo, haverá uma audiência pública no TRF-3 sobre o tema. Em 2024, o Brasil bateu o recorde da crueldade: mais de 1 milhão de animais vivos exportados.

16 mil animais em um navio abandonado

No último 3 de fevereiro, ativistas da causa animal, motivados pelo abandono de 16 mil animais num navio na costa australiana, protestaram em frente ao escritório paulistano da Minerva Foods, a maior exportadora de bois e vacas da América do Sul.

Os animais têm pressa, mas outra esperança seria o Projeto de Lei 521/24, de autoria do Deputado Célio Studart, que proíbe a exportação de animais vivos para abate ou reprodução. Mas foi rejeitado nas comissões de mérito e arquivado em dezembro de 2024

Animais afogados

Os acidentes nas embarcações com animais vivos são frequentes. Em 2015, um navio de bandeira libanesa, com cerca de 5 mil bois vivos, tombou em Barcarena, no Pará, no Porto de Vila do Conde. Centenas de bois morreram afogados. Em novembro de 2024, um rebocador que transportava gado naufragou próximo ao cais do porto de Manacapuru, próximo a Manaus, provocando a morte de sete bois e outros animais foram encontrados à deriva.

Elias: o boi que aprendeu a nadar

Documentário em curta-metragem produzido pela Mercy for Animals Brasil, conta a história do Boi Elias, que em junho de 2018, caiu no mar, e nadou cerca de 10 km por mais de cinco horas, até chegar numa praia, exausto. Mesmo sob apelo dos ativistas pela sua tutela, Elias foi levado de volta e reembarcado rumo à morte.

 

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