Logo O POVO+
Dinâmicas da eleição em Caucaia e em Maracanaú
Foto de Emanuel Freitas da Silva
clique para exibir bio do colunista

Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)

Dinâmicas da eleição em Caucaia e em Maracanaú

Enquanto a campanha segfue fria em Maracanaú, no caso de Caucaia se apresenta uma disputa acirrada., envolvendo grupos poderosos de fora que tentam se estabelecer politicamente na cidade
Tipo Opinião
Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR). (Foto: opovo mais)
Foto: opovo mais Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR).

As cidades de Caucaia e Maracanaú nos oferecem, neste ano, perspectivas distintas de análise: enquanto Maracanaú caminha no sentido do aprofundamento da dominação do grupo no poder (oligarquia?) e do total fechamento do campo político local a interesses exteriores aos do grupo, aprofundando o personalismo e a centralidade na figura de Roberto Pessoa (UNIÃO); Caucaia parece estar aberta a interesses externos à cidade os mais diversos, não tendo sido possível a formatação de um novo grupo do poder (oligarquia?) desde que a família Arruda foi derrotada por Dr. Washington, em 2008, uma vez que as duas candidaturas mais competitivas, hoje, segundo as pesquisas divulgadas até o momento (a de Catanho, do PT, e a de Aginaldo, do PL), são empreitadas de grupos políticos sem vinculação histórica como munícipio.

Mesmo Emília Pessoa, filha da terra, tem se apresentado como apoiada por figuras políticas externas à cidade (Tasso, Élcio, Roberto Pessoa, Roberto Cláudio, Ciro e outros). Naumi, ex-prefeito que perdeu a reeleição em 2020, não dá mostras de constituição de um grupo no poder estabelecido, com força para dar os contornos do jogo político por lá.

Bastante distinto é o quadro maracanauense, que completa duas décadas sob domínio da mão de ferro do grupo de Pessoa, que conseguiu dobrar os interesses da dupla que por lá melhor incorporava a ideia de oposição - os "júlios", pai e filho -, bem como frustou os planos do governismo estadual de ter, ali, a possibilidade de uma nova força política.

Por isso mesmo é que a campanha segue bastante fria, dando a impressão de uma mera formalidade a ser cumprida em 6 de outubro - mesmo a prometida "ameaça" da candidatura de Silvana parece nem ter convencido seus correligionários, pois até a escrita desse texto, nem comitê central ela tem -, restando disputa apenas entre candidatos a vereador, em busca de ser aqueles que, uma vez eleitos, se aproximarão do trono, beijarão a mão e terão nacos de poder para chamar de "seus".

Em Caucaia, por sua vez, observamos uma disputa acirrada, com grupos poderosos, de fora, buscando estabelecerem-se na cidade que tem recuperando sua participação econômica no estado, também eles em busca de frações do poder para chamar de "suas". n

 

Foto do Emanuel Freitas da Silva

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?