
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Nos dois maiores munícipios da região metropolitana de Fortaleza observamos tentativas distintas de adoção da gramática da polarização. Um pouco antes do início da campanha, um vídeo do prefeito em busca de reeleição por Maracanaú, Roberto Pessoa (União), mostrava-o, tentando desqualificá-lo frente aos bolsonaristas, a dizer que "nem Lula nem Bolsonaro vão governar Maracanaú".
Mesmo que a nível local Pessoa tenha sido sempre um aliado político dos bolsonaristas da terra na luta contra os "Ferreira Gomes", a declaração servia para a tentativa tímida de adoção da gramática; mas, faltava um dado mais concreto, e ele veio rapidamente, ao tempo das convenções: depois de pôr fim à expectativa do deputado Julio Filho sair candidato pela terceira vez, agora pelo PT, o escolhido de Pessoa para a vice, seu ex-secretário Gerson Cecchini, poria o partido dentro da chapa.
Por isso, na convenção de Dra Silvana (PL) a mobilização do imaginário antipetista deu a tônica, e continua sendo o mote de sua campanha nas ruas: não deixar o "PT" governar. Na retórica, somem as referências ao adversário, de fato, que é o prefeito e sobram ataques ao PT. Uma nacionalização que desvia as críticas ao aliado da deputada até poucos meses atrás.
Em Caucaia, por sua vez, já antes da campanha iniciar a polarização estava dada nos fatos: Catanho saltara da cartola para a candidatura pelo PT (como o candidato de Lula, Camilo, Elmano e Luizianne) e Coronel Aginaldo era a grande aposta do bolsonarismo, uma vez que, na eleição passada, a cidade assistiu à vitória de Vitor Valim, aliado de então desse grupo.
Com a divulgação das primeiras pesquisas, as apostas dos polarizadores pareciam acertadas: os dois candidatos marchavam à frente dos demais nas intenções de voto. Agora, contudo, as novas sondagens trazem o ex-prefeito Naumi (PSD) e a filha da terra, Emília (PSDB), à frente, muito provavelmente pela dinâmica que a campanha tomou.
No primeiro caso, a tentativa de polarizar a disputa dá mostras do embaraço discursivo de quem foi aliada do grupo no poder até pouco tempo; no segundo caso, ela é prejudicada, em relação aos petistas, pela presença do mal avaliado prefeito em um dos polos da disputa, o que favorece, localmente, uma vitória mais à oposição, lugar onde Catanho parece não estar.
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